Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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A priminha do Hulk

14 agosto 2003

No embalo do sucesso do Verdão, a Marvel acabou lançando
sua versão feminina: a Mulher-Hulk

Por Ricardo
Chacur

Jennifer Walters se transforma na Mulher-HulkA
jovem Jennifer Walters sofre um acidente e quase perde a vida. Numa tentativa
desesperada de salvá-la, seu primo Bruce Banner realiza uma rápida e improvisada
transfusão, infestando o sangue da moça com radiação gama.

Com isso, ela sobrevive e ganha o poder de transformar-se na Mulher-Hulk,
com uma grande vantagem em relação ao seu primo: Jennifer consegue manter
sua personalidade intacta.

A revista contando esse episódio foi publicada nos Estados Unidos, no
mês de fevereiro de 1980 e vendeu numa velocidade espantosa. Mesmo assim,
o destino dessa personagem era desaparecer com a mesma rapidez que foi
criada.

No entanto, o talentoso John Byrne, que havia reformulado vários personagens
na década de 1980, como Capitão América, Quarteto Fantástico e Super-Homem,
resolveu investir na Mulher-Hulk, mesmo sabendo que a heroína havia tido
sua revista mensal cancelada alguns anos antes.

She-Hulk #1, de John ByrneCom
apenas algumas participações nas revistas dos outros heróis da Marvel,
a Mulher-Hulk acabou ganhando um merecido espaço no mundo dos quadrinhos.
Uma nova revista da heroína esverdeada ressurgiu no mercado, pelas mãos
do artista e escritor Jonh Byrne.

A Mulher-Hulk continuava verde, no entanto, era bonita, forte, com senso
de humor e, principalmente, bem resolvida, sendo menos dramática e muito
menos selvagem que seu primo.

Nas suas aventuras, Jennifer tinha uma diferença fundamental para o Hulk:
enquanto Bruce Banner sofria a maldição do Gigante Esmeralda, ela achava
um privilégio transformar-se nessa heroína poderosa.

Isso fez com que a personagem ganhasse luz própria, e seguisse uma linha
diferente das histórias habituais do monstro verde que os leitores estavam
acostumados. Essa tática, no início, funcionou bem, mas não era garantia
de sucesso.

Apesar de a revista atingir vendas significativas, sua publicação foi
cancelada 20 números depois. Alguns críticos de quadrinhos opinaram que
o título da Mulher-Hulk de John Byrne tinha um excesso de piadas fracas,
com uma ação previsível.

Mulher-Hulk e o Coisa em açãoNo
entanto, isso não intimidou os estúdios de Hollywood, que logo disputaram
os direitos da personagem para uma série de televisão, que seria estrelada
por Brigitte Nielsen.

O "talento" dessa atriz pode ser avaliado pela sua participação em filmes
como Red Sonja, Tira da Pesada II e Cobra (no qual
atuou com o seu ex-marido e ator Silvestre Stallone). Não adiantou nada
o seu corpo definido e atlético, que não foi suficiente para segurar o
fraco roteiro e direção. A série foi um fracasso e prejudicou à carreira
da ex-senhora Stallone.

Hoje, as aparições da Mulher-Hulk se resumem a edições com participação
coadjuvante, por ser membro temporária do Quarteto Fantástico e de outros
grupos de heróis.

Embalada pelo novo milionário filme
do Hulk
, da Universal Studios, a Marvel pretende divulgar
relançamentos e edições da personagem para os leitores novos e antigos,
que ficaram órfãos por falta da revista mensal dessa heroína esverdeada.

Ricardo Chacur é quadrinhista e um dos criadores da série Cabeças
Caninas
, estrelada por um cachorro amarelo de duas cabeças. Apesar
de ser fã do Hulk, ele conseguiu resistir à tentação de fazer seu personagem
verde...

 
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