As histórias em quadrinhos sempre foram, e ainda são, as primeiras leituras das crianças. Nos anos 70 houve um movimento que impulsionou a produção de fanzines e HQs. Para entrar em contato com esse universo, estudantes do ensino médio e fundamental, além de crianças a partir de 6 anos e seus familiares, poderão desenvolver atividades práticas neste curso.

Para escolas e grupos fechados, as oficinas acontecem de terça a sexta das 10 às 21h e aos sábados das 9 às 12h, e devem ser agendadas previamente pelo telefone 0XX-11-3268-1876. O ateliê também receberá famílias e estudantes individualmente, aos sábados e domingos, das 14 às 17h. Basta retirar uma senha com uma hora de antecedência.

Sob a curadoria dos cartunistas Jal Lovetro e Gualberto Costa, o ateliê oferece atividades que visam a expressão e compreensão do universo das histórias em quadrinhos, como brincar com o balão e as onomatopéias - linguagens próprias do veículo -, completar desenhos e montar quebra-cabeças e criar suas próprias tiras.

Criado com imagens e objetos que remetem ao universo das histórias em quadrinhos, o ateliê recebe os visitantes com um boneco em tamanho natural do desenhista americano Robert Crumb. Ainda na entrada, cinco vitrines exibem exemplares de fanzines, representando várias épocas, desde os quadrinhos underground americano até os fanzines para a Internet (fannet).

Com capacidade para comportar grupos de até 40 crianças, o espaço do ateliê abriga também computadores com acesso à Internet. Os curadores sugerem uma relação de sites de histórias em quadrinhos e convidam as pessoas a navegar pelas principais páginas, como Charge Online; a página oficial de Asterix; o Universo HQ e a home-page de Laerte, entre outras.

Além disso, há um grande painel com fotos e fanzines dos 35 maiores cartunistas e desenhistas da década de 1970, entre eles, os brasileiros Angeli, Luiz Gê, Paulo e Chico Caruso. Há, inclusive, exemplares raros do Balão, (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), Boca, (Faap) e Capa (Universidade Mackenzie).

H o Q? Oficina de Criação de HQs

Para adolescentes e jovens, entre 12 e 17 anos, interessados por quadrinhos e fanzines, será ministrado pelo cartunista Gualberto Costa. O objetivo do curso é introduzir o jovem no universo dos fannets ou gibis eletrônicos, traçando um paralelo com as publicações dos anos 70.

Os cursos acontecerão em três edições: de 4 a 7 de dezembro (terça a sexta), das 10 às 13h; de 11 a 14 de dezembro (terça a sexta), das 14 às 17h; e de 8 a 11 de janeiro de 2002 (terça a sexta) no mesmo horário.

Durante o curso os jovens produzirão seus próprios fanzines, desenvolvendo desde a idéia da história até a impressão em xerox.

De acordo com Gualberto Costa, os fanzines tinham como principal função a contestação. "A idéia era criar anti-heróis, pessoas comuns da sociedade brasileira que não tinham super poderes e que enfrentavam os problemas do dia-a-dia, ou seja, contrapor com as aventuras dos heróis americanos, como Batman, Super-Homem e Mulher Maravilha", explica.

Os participantes poderão conhecer, ainda, os quadrinhos famosos da época, que serviram de base para profissionais como Paulo e Chico Caruso, Angeli e Luiz Gê entrarem no mercado e se tornarem grandes cartunistas. "Por intermédio dos quadrinhos, esses artistas encontraram uma maneira de driblar a censura e falar sobre drogas, sociedade ou violência, assuntos proibidos nas editoras convencionais", conta Gual. "Era justamente essa liberdade de expressão que atraía os jovens da época e garantia o sucesso das publicações".

Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula

Voltado para professores interessados em ampliar seu conhecimento a respeito da revolução cultural dos anos 70 e, assim, aproximar os alunos do universo da arte e cultura brasileiras, o curso acontece entre os meses de outubro e novembro de 2001.

Ministrado pelo cartunista e jornalista Jal Lovetro, são oferecidas oito datas possíveis (a aula tem duração de 4 horas): 16 de outubro, das 9 às 13h; 18 de outubro, das 14 às 18h; 20 de outubro, das 9 às 13h e das 14 às 18h; 6 de novembro, das 9 às 13h; 8 de novembro, das 14 às 18h; e 10 de novembro, das 9 às 13h e das 14 às 18h.

Com a proposta de capacitar os professores para que eles possam desenvolver atividades em sala de aula, usando a linguagem dos quadrinhos, o curso também apresentará um painel sobre os acontecimentos culturais mais importantes da década de 1970. Além disso, os participantes terão acesso a toda a produção de quadrinhos na Internet e serão orientados a colocar em prática exercícios e atividades especialmente criados para o universo infanto-juvenil.

"A melhor forma do professor mostrar ao aluno a importância das atividades em sala de aula (ou fora dela, como a lição de casa) é se aproximar de sua linguagem e suas idéias. O primeiro livro de leitura da criança é o gibi.", diz Jal. "Por isso, quando o professor utiliza elementos dos quadrinhos para aplicar os exercícios, fica mais perto do universo de seu público".