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Bill Jemas fala sobre Marville #5 e rebate críticas

2 novembro 2002

Marville #5Em setembro, começou a disputa do evento U-Decide. O presidente da Marvel, Bill Jemas, está na briga, com o título Marville, mas as coisas não parecem estar indo muito bem para ele. Críticas negativas vêm sendo uma constante.

Em janeiro, a revista chega ao quinto número (dos seis programados inicialmente), e será apresentada a história Originville. "Ela revela o que acredito ser a verdadeira origem do Wolverine", disse Jemas. "Não estou falando apenas do personagem no Universo Marvel, mas sim sobre a essência dele e seu lugar na história da raça humana".

"Marville #4 será sobre a origem das espécies, e o dogma do evolucionismo versus criação. Quando a trama chega ao ponto do surgimento do primeiro humano na face da Terra, o nome 'Wolverine' se auto-escreve", explica. "O primeiro homem, por definição, veio dos animais. Ele deve ter sido um ótimo caçador, com sentidos que rivalizam com os de seus parentes animais. E, devido ao fator de cura, e à imortalidade do Wolverine, o primeiro genoma humano sobreviveu em todos nós por milhares de gerações".

O presidente da editora chegou a afirmar que Marville se passa na continuidade do Universo Marvel, mas essa nova origem seria mais simbólica do que literal. Ele disse ainda que está feliz com o desempenho de vendas do título.

Marville #5Mas o número dois da série trouxe problemas para Jemas. Em uma conversa entre o Homem de Ferro e o Pantera Negra, na qual Tony Stark está retirando uma fábrica de uma vizinhança formada basicamente por afro-americanos, para abrir uma nova no México, ele diz: "Os salários são menores e os mexicanos trabalham tanto quando os n..."

Quando seria pronunciada a palavra "negros" (nigger, no original. Em inglês, essa palavra carrega um forte significado, e é usado quando existe a intenção de ofender), o Homem de Ferro é interrompido, e tem a atenção chamada pelo Pantera Negra.

Isso causou manifestações contra Jemas, que se viu obrigado a divulgar uma carta aberta explicando o caso. Segundo ele, o editor-chefe Joe Quesada havia advertido para o perigo que poderia causa o uso da palavra (ou a sua insinuação), mas ele manteve o texto.

Ele disse que a revista é sobre moralidade, e não preconceito. Chegou a citar que o Rei do Crime será vivido por Michael Clarke Duncan, sendo que, nos quadrinhos, o personagem é branco.

Mas isso não impediu que as críticas continuassem. A principal dela não é feita por acharem se tratar de preconceito, mas sim como a palavra foi usada, com Jemas tentando fazer piada com um assunto sério.

"Foi uma estúpida e irresponsável piada sem graça. Não foi engraçado. Jemas nunca foi chamado de negro, e só quem passou por isso sabe realmente como nos sentimos, e o teor que essa palavra carrega", disse Jeremy Love, presidente da Gettosake Entertainment.

Jemas ainda está sendo acusado de tentar se promover com isso. De acordo com as críticas, esse assunto dá repercussão na mídia, e as pessoas comentam, chama a atenção. E se há algo em que Bill Jemas é especialista, é criar jogadas de marketing para provocar comentários sobre sua editora.

LI

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