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Desenhistas pernambucanos transpõem o cordel para as HQs

7 junho 2002

Por Sidney Gusman

Usando a boa e velha tática de "arregaçar as mangas e correr atrás de seus objetivos", seis desenhistas pernambucanos conseguiram um patrocínio (da Gráfica Santa Marta, em Recife) para viabilizar um projeto tão inusitado quanto brilhante: a transposição da literatura de cordel para as histórias em quadrinhos.

Para dar vida à coleção Ragú Cordel (17 x 11,2 cm, seis revistas por R$ 10,00; ou R$ 2,00 cada, se compradas separadamente), alguns desenhistas ilustraram o texto de folhetos populares; e outros recriaram temas recorrentes dos cordéis, na linguagem das HQs. Para quem estranhar o nome Ragú, trata-se de uma ótima revista local de quadrinhos nacionais, que já teve quatro edições e cuja próxima deve sair em julho, pois os autores estão aguardando os trâmites da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Os seis títulos que compõem essa coleção são os seguintes:

  • A Chegada da prostituta no céu, de Mascaro, baseado nos textos do cordelista J. Borges;
  • Zé da Silva, de Clériston;
  • O romance de Severino Feioso com a formosa Rosa, de Jarbas Jr;
  • O Circo, de Miguel, sobre um poema de João Cabral de Melo Neto;
  • A quase tragédia de Mane ou o bode que ia dando bode, com texto de Ricardo Mello e arte de Samuca;
  • O dia em que o morto levou o vivo pro céu, com texto de Renata Lacerda e arte de Flavão.

Segundo os criadores, a Ragú Cordel deve ter novas edições em breve. Que essa excelente iniciativa dos desenhistas pernambucanos seja copiada em outros estados, pois essa espécie de "cooperativa de talentos" é uma grande saída para os artistas nacionais publicarem suas HQs e transformarem seus projetos em realidade.

Ragú Cordel

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