Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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Empresa que pirateou imagem de Tex se retrata

15 março 2002

Por Sidney Gusman

Tex, na capa do igarros de palha, Palheiros de PiracanjubaNo final do ano passado, o Universo HQ noticiou que uma fábrica de cigarros de palha de Goiás estava utilizando uma imagem de Tex Willer nas caixas de seu produto Palheiros de Piracanjuba, sem autorização da Sergio Bonelli Editore, detentora dos direitos do personagem, e da Mythos Editora, que o publica no Brasil.

A arte utilizada pela empresa infratora foi extraída da capa de Tex # 354, de abril de 1999 (edição original italiana Tex # 485), e foi adulterada com a inserção de um cigarro na boca do ranger e um maço na sua mão esquerda.

Assim que foi detectada a comercialização do produto, o escritório jurídico Schneider, Baleche & Prado, de Curitiba, respondendo pelos interesses legais da Mythos Editora e da Sergio Bonelli Editore no Brasil, notificou a empresa fabricante para que, entre outras medidas, interrompesse imediatamente a produção das embalagens ilegais.

Comunicado no jornal Diário de São PauloDepois de reuniões entre os advogados da empresa, em Goiânia, e os da Mythos/Sergio Bonelli, o fabricante alterou definitivamente o visual das embalagens, divulgou um pedido formal de desculpas (registrado em cartório), esclarecendo a atitude incorreta de seu departamento de marketing, e publicou um comunicado na imprensa paulista (no jornal Diário de São Paulo, nos dias 28/02/2002 e 01/03/2002, esclarecendo à opinião pública que a utilização da imagem de Tex em seu produto foi indevida e não-autorizada.

Este é o texto do comunicado: "Antonio Elias Daher - Palheiros de Piracanjuba, comunica que utilizou no frontispício de sua embalagem a imagem do personagem Tex Willer sem consentimento dos editores Sergio Bonelli Editore e Mythos Editora, e alterou a embalagem, sem essa imagem, cumprindo acordo extrajudicial entre as partes".

Artigo do jornal Correio Pupular, sobre Tex e Julio SchneiderOs editores Sergio Bonelli, na Itália, e Dorival Vitor Lopes, no Brasil, declararam-se satisfeitos com a conclusão do caso, por ter sido provado que a Sergio Bonelli Editore não admite que seus personagens sejam utilizados com propósitos escusos. Ambos estão convencidos de que, assim como nos quadrinhos, Tex, como sempre, fez prevalecer a Justiça. E, desta vez, sem disparar um só tiro e bem longe do Velho Oeste.

Um detalhe interessante é que um dos titulares do escritório jurídico dos "advogados de Tex" é Julio Schneider, que cresceu lendo quadrinhos e hoje, além de defender os personagens Bonelli no País, é também seu tradutor e a maior autoridade brasileira em Tex, Zagor, Mister No, Dylan Dog & cia. Além disso, é correspondente da uBC em nosso País.

E uma coincidência cercou o caso; há três anos, na edição dominical de 31/01/1999, o jornal Correio Popular, de Campinas, publicou uma matéria sobre a saída de Tex da Editora Globo e sua ida para a Mythos Editora. Completando os artigos, duas entrevistas assinadas pelo repórter Dario Carvalho Jr (DJ), uma com Sergio Bonelli, sob o título "O irmão de Tex", e a outra, com Julio Schneider, intitulada "Advogado defende herói na Internet", coisa que viria, literalmente, a acontecer quase três anos depois.

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