Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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Opera Graphica lança A Hora da Magia

1 dezembro 2001

A Hora da Magia #1Pecado, feitiços e redenção são os principais temas de A Hora da Magia (formato americano, 48 páginas, colorido, R$ 6,90), nova mini-série, em três edições, da Vertigo lançada pela Editora Opera Graphica. À frente desta história estão Jeph Loeb (roteiro), Chris Bachalo (roteiro/desenhos), Art Thibert (arte-final) e Grant Goleash (cores).

A história se passa em Manhattan e fala sobre uma misteriosa garota chamada Amanda Collins, que pode tocar as vidas de pessoas ordinárias com quem ela se encontra, oferecendo-lhes a chance de mudar. Nesse processo, ela acaba descobrindo um lado seu que é atormentado, poderoso e, possivelmente, com centenas de anos.

Antigamente, era hábito cobrir os espelhos durante as tempestades. A razão disto não é que porque eles atraiam os raios ou qualquer outra mais "racional". Nada disso! Uma tempestade é um momento em que as barreiras que separam a terra do céu se enfraquecem, e os espelhos, como bem sabe Alice, são portais para outros mundos.

Portanto, numa tempestade os espelhos podem se transformar em portais de onde viriam seres de um reino invisível e normalmente separado do nosso, como, por exemplo, do mundo dos mortos.

Atualmente, este tipo de pensamento soa estranho, uma superstição irracional, sem qualquer explicação científica. A ciência se transformou, nestes dois últimos séculos, na única fonte de explicações aceitáveis, no único modo legítimo de se ver o mundo e o homem.

Mas um mal-estar começou a crescer. O homem não se reduz ao indivíduo isolado, ao consumidor de utilidade que a ciência econômica quer. O discurso científico se distanciou do ser humano, tornando-se incompreensível, perdendo, assim, qualquer possibilidade de explicar o mundo. Além disso, a idéia de uma ciência como absoluta, sem contradições e completa, começou a ruir devido ao seu próprio desenvolvimento; a certeza da verdade se deteriorou, por exemplo, com as teorias da relatividade e do caos.

A espécie humana se encontra só num mundo descrito cientificamente de maneira fria e ineficaz. Em busca de uma saída para esta situação, vemos um crescente interesse na magia e nos conhecimentos que foram subjugados pela ciência.

Nunca o mundo místico esteve tão presente na arte: os livros de Harry Potter, em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Tim Burton, na superprodução O Senhor dos Anéis, e, agora, em A Hora da Magia. O homem busca se reencontrar, e isto influência a arte.

Em A Hora da Magia, esta busca é explícita. Em suas páginas não encontramos magos poderosos enfrentando criaturas demoníacas para salvar o mundo. Seus personagens são pessoas que têm um conhecimento perdido hoje: de como o homem, a terra e as estrelas estão entrelaçados, de como qualquer ação se liga ao universo e retorna à pessoa que a fez.

Esses personagens dão a pessoas "comuns" a oportunidade de verem isto, e sentirem as conseqüências de suas ações e decisões, de participarem do mundo, da magia. Nada tão grandioso quanto salvar o mundo, mas algo muito maior.

A mini-série será vendida apenas nas comic shops associadas ao HQ Club.

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