A Europa e os Estados Unidos adoram tomar para si a autoria de tudo de novo que surge no planeta. Quer isso seja bom ou mau: a lâmpada, a moda, o automóvel, o avião, a bomba atômica, os assassinos em série, o cinema e... os quadrinhos!

Parece até que houve um acordo: os europeus ficaram como os pais do cinema; e os americanos os dos quadrinhos. Claro, sempre com controvérsias... Uma delas foi sobre o reconhecimento dos quadrinhos como um meio de comunicação de massa. Em 1965, veio ao Brasil o professor Romano Calisi, da Universidade de Roma, trazendo uma exposição que havia sido realizada também em Bordighera, Itália. "A primeira exposição internacional", segundo ele.

Que nada! Em 1951, no Brasil, já havia sido realizada a primeira exposição internacional. Jayme Cortez, Syllas Roberg, Reinaldo de Oliveira, Miguel Penteado (já falecidos) e Álvaro de Moya foram os responsáveis pelo evento.

Meio século depois, Moya revive as memórias daquela época em 50 Anos - Anos 50 (R$ 35,00), um livro belíssimo e muito bem editado, que traz reproduções de fotos da exposição, de artes dos quadrinhistas convidados e depoimentos importantes: A introdução do livro é de Jerry Robinson (que desenhou o Batman e criou o Coringa); e o prefácio, de Will Eisner (criador do Spirit e do conceito de graphic novel nos Estados Unidos).

Moya conta detalhes sobre a época em que a exposição foi realizada. As emoções de entrar em contato com gigantes dos quadrinhos como Hal Foster, Alex Raymond, Will Eisner, Milton Caniff, All Capp, Burne Hogarth e muitos outros - e de receber suas artes originais para a exposição.

As aventuras e desventuras para a realização do evento, a repercussão na imprensa e a perseguição por diversos setores da sociedade são alguns dos temas abordados neste livro, que conta uma parte importantíssima da história dos quadrinhos no Brasil.

Álvaro de Moya estará autografando seu novo livro no dia 8 de julho de 2001, às 14h, na Comix (Alameda Jaú, 1998 - São Paulo - 0XX-11-3061-3893), no Dia do Apagão.