Para os leitores, ela é uma doce e espevitada garotinha, sem nenhuma papa na língua. No entanto, no "mundo real", a irrequieta Mafalda, criação máxima do cartunista argentino Quino, completará 40 anos em setembro.

Justamente por isso, na Espanha, a Associação de Livreiros Salmantinos, por meio da Associação de Empresários Salmantinos do Comércio, conseguiu que a cidade de Salamanca acolha a celebração desta importante data.

O evento ocorrerá de 26 a 28 de março e, claro, contará com a presença de Quino, que também receberá um prêmio por sua brilhante carreira profissional. Na ocasião, o autor participará de entrevistas e debates sobre a personagem; e os presentes poderão contemplar mais de 100 originais que resumem sua obra.

Quando do anúncio do evento, Quino tratou desmentir a possibilidade de Mafalda ser adaptada para os cinemas, pela empresa espanhola Alex Media Grupo PC. O autor também se mostrou contrariado por pessoas que não têm nenhuma ligação com ele usarem seu nome e seus personagens de forma tão indevida.

Apesar de "oficialmente", seu aniversário ser este ano, Mafalda foi criada em 1963, para uma campanha publicitária de uma fábrica de eletrodomésticos chamada Mansfield (por isso seu nome começa com "M"). O cliente recusou o trabalho e nunca lançou os produtos.

Pra sorte dos quadrinhos, dois anos depois, o semanário argentino Primera Plana encomendou a Quino uma série que fosse "engraçada", e o autor resolveu utilizar aquela simpática garotinha que havia criado. A estréia foi em 29 de setembro de 1964.

Em 9 de março 1965 as tiras migraram para o jornal diário El Mundo, no qual foram publicadas até 22 de dezembro de 1967 (quando o periódico fechou). Em seguida, em 1968, Mafalda e seus amigos passaram para o semanário Siete Dias.

Com sacadas absolutamente geniais, Quino fez de Mafalda um sucesso perene, que atravessa gerações há anos e continua encantando os leitores. O mais relevante nesse sentido, é que a tira parou de ser desenhada em 1973, ou seja, há mais de três décadas. A razão? Quino acreditava que estava começando a se repetir. Mas, para seus fãs, ele estava exatamente no auge de sua carreira.

Curiosamente, foi justamente em 1973 que as estripulias de Mafalda chegaram ao Brasil.

Um fator que diferenciava Mafalda das demais tiras estreladas por crianças é que a personagem principal envelhecia. No início de suas histórias, ela estava com seis anos, e em seu último álbum, com oito.

Outra prova da importância de Mafalda em nível mundial foi a sua participação (como "guia" dos leitores) na Declaração dos Direitos da Criança, do Unicef e em inúmeras campanhas de saúde pública pelo mundo afora.