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Álbum da Devir com HQs de Cláudio Seto está à venda

13 maio 2009

Flores manchadas de sangueA
editora Devir
em parceria com a Jacaranda lançou recentemente o álbum Flores
manchadas de sangue
(formato 21 x 28 cm, 128 páginas, R$ 28,00).

O leitor encontra as primeiras histórias de samurais desenhadas no Brasil,
por Claudio Seto. Nascido em 1944, em Guaiçara, interior de São Paulo,
Seto foi jornalista, artista plástico, poeta, escritor, chargista, fotógrafo,
animador cultural, bonsaísta e desenhista de história em quadrinhos. Faleceu
em
2008
.

No álbum, além das HQs, o leitor confere textos de Antonio Mendes, Franco
de Rosa e Gonçalo Junior - deste último, segue abaixo a história de como
foi realizar este resgate histórico dos quadrinhos nacionais:

As cinco histórias que formam este álbum - Flores manchadas de sangue,
O monge maldito, Idealismo frustrado, O sósia e A flor maldita
- foram escolhidas pelo próprio Cláudio Seto, durante uma viagem que o
editor Toninho Mendes fez a Curitiba em fevereiro de 2008 para tratar
da edição do livro
.

Flores manchadas de sangueFazem
parte da série escrita e desenhada pelo artista e publicada na revista
Histórias de Samurais, publicada pela lendária Editora Edrel
há exatos 40 anos. Reuni-las neste álbum é muito mais que um mero resgate
histórico, pois transcendem a produção desse mestre revolucionário dos
quadrinhos brasileiros
.

Histórias de Samurais nasceu do sonho de Minami Keizi de lançar
mangá no Brasil. Seto tinha feito o herói infantil Ninja, o Samurai Mágico,
no estilo japonês, quando o editor lhe pediu novos personagens. Não escondeu
seu desapontamento quando o quadrinhista lhe fez uma série adulta. Bastou
ler a primeira aventura, porém, para Minami ficar maravilhado
.

Como a primeira história tinha mais de 100 páginas, lançou-a em livro
como O Samurai, em 1968. Logo, virou revista e fez história não
apenas por ter introduzido o mangá no Brasil como pela ousadia temática
- referência crítica à ditadura militar, erotismo e até homossexualismo
.

Flores manchadas de sangueAs
tramas de Seto, que não repetiam personagens, quase nunca tinham finais
felizes e impressionavam pela violência extrema. Desde os primeiros trabalhos,
ele mostrou certa sofisticação narrativa, com textos descritivos e diálogos
concisos, linguagem poética, muito apelo visual com sequências fragmentadas
e muita ação - e também uma profundidade psicológica que marcaria o começo
de sua carreira profissional na Edrel. Impressionariam a evolução
de seu traço e o rompimento de regras nos primeiros quadrinhos de abertura
.

Ao contrário do que se afirmou depois, a revista Histórias de Samurais
nada tem a ver com o herói Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki
Kojima, que seria publicado no Japão a partir de setembro de 1970, com
o título original de Kozure Ookami, a não ser o traço do mangá.
Esta edição da Devir repara o erro e dá a Seto o merecido destaque
como o criador dos modernos quadrinhos no Brasil
.

Gonçalo Junior

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