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BATMAN # 70

14 agosto 2008

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BATMAN # 70
Título: BATMAN # 70 (Panini
Comics
) - Revista mensal

Autores: A Ilha do senhor Mayhew - Grant Morrison (roteiro) e J.H. Williams III (desenhos);

Agora estamos mortos - Grant Morrison (roteiro) e J.H. Williams III (desenhos);

321 dias - Marv Wolfman (roteiro) e Jamal Igle (desenhos);

A vida durante a guerra - Will Pfeifer (roteiro) e David Lopez (desenhos).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Setembro de 2008.

Sinopse: A ilha do senhor Mayhew - Vigilantes de diversas partes do mundo, antigos membros do Clube dos Heróis, são convocados, juntamente com Batman e Robin, por seu bem-feitor do passado, o milionário John Mayhew, para passarem um fim de semana em sua ilhar particular no Caribe.

No entanto, chegando lá, eles descobrem que Mayhew foi assassinado e que todos são alvos de um novo vilão chamado Luva Negra.

Agora estamos todos mortos - Batman e os outros vigilantes procuram pistas de quem está tentando assassinar os membros do antigo Clube dos Heróis.

Com a mansão onde estão transformada em uma grande armadilha, os heróis vêem seus parceiros mirins serem capturados pelo Luva Negra.

321 dias - Asa Noturna reencontra Liu, uma antiga paixão que o usou para roubar dinheiro das indústrias de Bruce Wayne e que o herói havia entregado à justiça. Enquanto se envolve novamente com ela, Dick Grayson torna-se também um alvo para um novo Vigilante.

A vida durante a guerra - Em meio aos ataques das amazonas ao mundo dos homens, um grupo de guerreiras dissidentes se aproveita do caos para tentar um ataque terrorista a Gotham City.

A pedido do Batman, Selina Kyle, a Mulher-Gato, se infiltra no grupo das guerreiras para descobrir o que pretendem e impedi-las, mas acaba sendo surpreendida.

Positivo/Negativo: Esta é a edição que dá início à nova fase da DC Comics na Panini, após a reformulação de todas as revistas dessa linha. Na prática, porém, nada muda, uma vez que todos os arcos iniciados aqui são a continuações diretas do que vinha sendo contado no mês anterior.

A revista do Cavaleiro das Trevas não sofreu mudanças na composição de seu mix e nem as tramas apresentam alguma grande virada a ponto de esta edição se tornar um marco. O leitor que se aventurar a comprar Batman agora não encontrará facilidade maior do que ter as quatro histórias começando ao mesmo tempo.

A nova fase do Batman, escrita por Grant Morrison, por exemplo, baseia-se em um recurso que nem de longe é um bom atrativo para novos leitores: o retorno de personagens pra lá de obscuros apresentados na revista do herói nos anos 1950.

Trata-se de um período estranho até mesmo para muitos dos leitores fanáticos de hoje, que parecem valorizar mais a fase dos anos 70, com histórias de Denny O'Neil e Neal Adams.

Mas Morrison concentra a atenção justamente nesse estranhamento, que domina inclusive os personagens. Para Batman, aqueles outros super-heróis quase desconhecidos são uma lembrança distante, enquanto para o atual Robin são deprimentes. Os próprios coadjuvantes se consideram fracassados.

O Clube dos Heróis, reunindo combatentes do crime de várias partes do mundo, é mostrado como uma iniciativa que não deu certo e foi praticamente esquecida por todos, enquanto seus integrantes tentavam, de alguma forma se manter no ramo, transformando-se em caricaturas de si mesmos. E mesmo assim há alguém fazendo de tudo para matá-los.

Grant Morrison cria uma trama cheia de suspense com os ataques aos membros do Clube, mas também reforça esse sentimento com a sensação de deslocamento dos heróis que não têm lugar no mundo de hoje, todos em tons de cinza.

Os desenhos de Williams contribuem muito para mostrar essas duas forças em contato, com imagens coloridas do passado e cinzentas do presente na mesma página, num mesmo fluxo de narrativa.

Como tudo que Morrison tem escrito ultimamente (principalmente Grandes Astros - Superman), tantas referências criam uma espécie de alegoria sobre os quadrinhos. A história desses vigilantes fracassados levanta questões sobre o tipo de herói que as HQs têm hoje e sobre o fato de eles só existirem nos Estados Unidos (seja como pessoas do Universo DC ou como gibis do nosso mundo real).

Um novo arco de Asa Noturna se inicia sem conseguir alavancar a série. Desta vez, o roteirista Marv Wolfman resgata uma personagem que o herói conheceu quando ainda era o Robin, mas não há nenhuma informação sobre isso como parte da história ou como nota dos editores. Até o mesmo o Vigilante, que aparece no final da história, carece de apresentação.

No mais, as tramas de Asa Noturna continuam sem apelo, com o herói enfrentando vilões sem personalidade (talvez o confronto com o Vigilante, antigo anti-herói da DC, sirva para suprir essa necessidade). Em sua identidade secreta, Dick Grayson também convive com coadjuvantes que mal se mantêm de um arco para outro, de modo que o herói não cria laços com ninguém, ficando ele mesmo menos interessante.

O caso de Mulher-Gato é o oposto. As histórias recentes da personagem têm combinado bem os elementos do cenário mais próximo à protagonista com os acontecimentos importantes para todo o Universo DC mostrados em outras revistas. Contribui para isso a habilidade do roteirista Will Pfeifer para cuidar do elenco de apoio, criando empatia com coadjuvantes que apareceram há pouco.

Nesta edição, a Mulher-Gato (Selina Kyle) se envolve em um atentado que tem relação com os eventos de O Ataque das Amazonas, mas os acontecimentos dessa história são completamente independentes da minissérie, que é bem menos interessante.

Apesar de não serem o destaque da revista, as histórias da Mulher-Gato são as que mais têm chance de conquistar o leitor de primeira viagem, como pretende essa reestruturação da linha DC da Panini, mas a série não precisou esperar as mudanças acontecerem para isso.

Classificação:
- Diego Figueira, responsável pelo Pop Balões

 



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