Aviso aos leitores: este artigo lida com fatos recentes do Universo DC, divulgados na mídia norte-americana, que ainda são inéditos no Brasil. Por isso, aborda acontecimentos que certamente podem prejudicar o prazer de sua leitura no futuro.

O escritor Jeff Lemire é o responsável pela nova revista do Homem-Animal, que
estreou no último dia 7 de setembro e foi uma das mais elogiadas dentre os
primeiros lançamentos da reformulação promovida pela DC
Comics. Ele deu várias entrevistas sobre os seus planos
e a sua visão do personagem.

Segundo Lemire, a ideia sempre foi fazer uma série madura e sombria, mesmo não sendo publicada mais pela linha Vertigo, e explorar a relação de Buddy Baker com sua família. Os conceitos introduzidos no final da década de 1980 pelo escritor Grant Morrison terão grande influência no trabalho atual, já que o autor é fã daquele material.

"O Homem-Animal não é um super-herói tradicional. Sem a família, não há nada de especial nele. O aspecto familiar é o que importa e define o personagem. Buddy é primeiro um homem de família e depois um super-herói. Sua esposa e filhos são tão importantes nessa série quanto ele", explica "Além disso, ele não tem identidade secreta. As pessoas o conhecem publicamente."

"Ellen é o porto seguro de Buddy. Um dia, ele é super-herói, no outro,
ator ou ativista. A ironia é que ele é um herói, mas, sem a esposa,
ficaria perdido. Ela mantém a família unida, e quero fazer dela uma personagem
feminina forte e única, sem precisar vestir um uniforme", disse o autor.

Outro personagem de grande importância para a revista será a filha Maxine,
que passará a desenvolver poderes que trarão conflito à vida de Buddy. "O
que aparece no final da primeira edição é apenas a ponta do iceberg.
Há muito mais para descobrir sobre os poderes de Maxine e sobre quem ela é.
Quando eu terminar de escrever a série, seja lá quando isso acontecer,
ela provavelmente será um dos personagens mais importantes do Universo
DC", afirma.

"Essa é a história do pior momento da vida dessa família e como ela
reagirá a isso. Ou eles se unem e ficam mais fortes, ou serão separados",
resumiu Lemire.

Para o escritor, não há problema em abordar temas familiares em uma revista que pretende ter um forte apelo no terror. Pelo contrário. "A única maneira de algo ser realmente assustador é se você se importar com os personagens e se identificar com eles. Os elementos de terror, sem balancear com momentos familiares, não terão tanto impacto. Como pai, não consigo pensar em nada mais assustador do que algo de ruim acontecer com meu filho", analisou.

A participação de outros super-heróis não está descartada, mas o escritor garante que não de maneira exagerada. A série se focará em Buddy e a interação com outros personagens será apenas de maneira periférica. Entretanto, muitos dos temas abordados terão relação com o título do Monstro do Pântano.