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Morreu Al Feldstein, veterano da revista MAD

5 maio 2014

Al FeldsteinO editor, escritor e ilustrador Al Feldstein, veterano da E.C. Comics e da revista MAD, faleceu no dia 29 de abril, em Livingstone, Montana, nos Estados Unidos, aos 88 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Albert Bernard Feldstein nasceu em 24 de outubro de 1925, no Brooklyn, em Nova York. Desde pequeno, ele já demonstrava sua aptidão para as artes. Com apenas oito anos, ficou em terceiro lugar numa competição de arte.

Em 1939, aos 14 anos, venceu uma competição na New York's World Fair, fazendo uma ilustração para um cartaz. Com 15 anos já havia sido contratado para trabalhar no estúdio de quadrinhos Eisner & Iger, de Will Eisner e Jerry Iger.

Quando saiu da Aeronáutica, após a Segunda Guerra Mundial, Feldstein passou a fazer trabalhos como freelancer para a Fox Comics. A empresa de Victor Fox tinha má fama entre os artistas e escritores, porque costumava dar calote. Assim que surgiu uma oportunidade, em 1948, o autor trocou de editora e passou a colaborar com Bill Gaines, na E.C. Comics.

Ele começou como artista, depois passou a escrever histórias e eventualmente assumiu diversos títulos como editor. Entre 1950 e 1953, editor e escreveu histórias – pelo menos uma por edição – para nove títulos da editora: Tales from the Crypt, The Vault of Horror, Weird Science, Weird Fantasy, The Haunt of Fear, Shock SuspenStories, Panic, Piracy e Crime SuspenStories. Seus desenhos ficaram reservados para as capas.

Seu trabalho com a revista MAD, da qual se tornaria editor por 28 anos, começou em 1956, após a saída de Harvey Kurtzman. Embora Kurtzman tivesse um humor mais afiado, foi Feldstein que levou a publicação a seu pináculo.

Logo de início, ele reuniu uma equipe de primeira linha, com nomes como Nick Meglin – editor associado e um dos responsáveis pelo humor da revista –, Dave Berg, Don Martin (criador do Capitão Klutz), Mort Drucker (que fazia paródias de filmes e caricaturas), Angelo Torres (outro parodiador), Antonio Prohías (de Spy Vs. Spy), Al Jaffe (que dentre outras coisas, era responsável por aquelas imagens de capa que dobradas ganhavam um segundo significado, e a seção Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis), Frank Jacobs. Alguns anos mais tarde, Sergio Aragonés também se juntou a esse time.

Também foi Feldstein que deu uma nova dimensão a Alfred E. Neuman, personagem criado por Kurtzman, e o usou para ridicularizar a tudo e a todos. No início da década de 1970, a revista vendia uma média de 2 milhões de exemplares e, naquele período, não costumava incluir anúncios pagos. O pico de popularidade ocorreu em 1974, quando teve uma venda de 2.850.000 de exemplares.

Ele era visto por alguns de seus colegas com uma pessoa circunspecta e distante, com um senso de humor contido e um temperamento mais voltado para os negócios. Mas o tino de Feldstein para reconhecer o talento da sua equipe e sua obsessão de publicar a revista sem atrasos foram fundamentais para o sucesso.

O humor incendiário da MAD tinha seus críticos, na década de 1960, durante a Guerra do Vietnã. O FBI visitou a redação devido a uma HQ que retratava J. Edgar Hoover e alguns políticos de maneira negativa; o congresso norte-americano chegou a questionar a moralidade da publicação e a editora teve que enfrentar um processo de 25 milhões de dólares por causa das paródias das músicas de Irving Berlin. O processo foi resolvido em favor da MAD.

Feldstein e a MAD foram responsáveis pelo senso de humor de várias gerações e influenciaram todo o mundo.

O artista se aposentou em 1984. Ele deixou Nova York e mudou-se para o estado de Connecticut. Depois passou por Jackson Hole, no Wyoming, até se fixar em Montana. Num rancho com cavalos e Lhamas, Feldstein se dedicou a uma de suas maiores paixões, a pintura de paisagens e animais.

Em 2003, ele entrou para o Will Eisner Hall of Fame. Em 2011, recebeu o Bram Stoker Award for Lifetime Achievement, prêmio pelo reconhecimento de toda a sua carreira, oferecido pela Horror Writers Association (Associação dos Escritores de Horror).

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