Pouco mais de um ano depois do Capitão América ter sua série zerada e passar a ser publicado pelo selo Marvel Knights, o personagem sofrerá mais uma mudança. Robert Morales (argumentos) e Chris Bachalo (desenhos) assumem a série junto com a entrada do editor Axel Alonso, procurando dar uma nova visão ao personagem.

Morales é o mesmo escritor da minissérie Truth: Red, White and Black, na qual foi mostrado um Capitão América negro. E foi esse trabalho que o qualificou para a revista regular do Sentinela da Liberdade.

"A ênfase que Axel quer é no herói. Acho que isso se perdeu nos últimos anos. Ninguém realmente se concentrou em quem ele é ultimamente. Mark Millar provavelmente fez algo assim, mas a versão Ultimate é uma metáfora do imperialismo americano, uma visão européia do personagem. Isso não tem problema, mas Axel quer uma visão americana sem ter alguma inclinação política. Conversamos muito, e gostei do que ouvi", disse o escritor.

Parte de sua atração pelo personagem é o que Steve Rogers representa. "O Capitão América é provavelmente o personagem mais interessante da Marvel. Ele tem muita história para contar, já que viveu em duas épocas. Esteve em todos os lugares e fez de tudo, mas não é cínico. Ele não se deixa cegar pela confusão no mundo ou pela corrupção. Tem um pensamento claro e tenta fazer o melhor possível dado a situação. Como o ideal americano, esse é o tipo de América que as pessoas gostariam de ter", analisou.

"Tendo vivido nas décadas de 1930 e 1940, e tendo sido resgatado nos dias de hoje, ele acaba tendo um grande amor pela História", continua. "Isso lhe dá uma perspectiva incrível, que não foi explorada ultimamente".

Uma das coisas que o autor pretende abordar é essa visão do Capitão, alguém convencido de que, se as coisas fossem como na década de 1940, tudo estaria bem, e que não consegue compreender a complexidade do mundo atual.

Nas histórias de Morales, o herói também não enfrentará o Caveira Vermelha o tempo todo. "Ele lutará contra a tirania. Ele não dará um soco na cara de Saddam Hussein, mas lutará tanto contra pequenas injustiças como contra as grandes. Para ele, é a mesma coisa", avisa.

O primeiro arco de histórias terá cinco partes e se chamará Homeland. Começa a ser publicado em Captain America # 21, e o herói irá para Cuba servir num tribunal militar. "O cara que está sendo julgado é um cidadão americano com ascendência árabe conhecido por ser um ativista político. O governo quer o Capitão lá para assegurar um julgamento justo", conta.

Além disso, Morales dará a Steve Rogers uma vida pessoal, trazendo-o à realidade e arrumando uma namorada, amigos comuns e uma vizinhança.

O autor também falou sobre o desenhista Chris Bachalo. "Ele desenha incríveis cenas de ação e sabe retratar uma pessoa comum. Isso é muito importante neste projeto, já que o Capitão América vai lidar com o mundo real. Chris vai conseguir captar bem isso", elogia.

Bachalo não demorou em aceitar o novo trabalho. "Eu estava terminando o arco Weapon X em New X-Men quando Axel me ligou e ofereceu o Capitão. Foi fácil aceitar". O artista também fará a colorização do título.