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100 Balas - Volume 12 - Era uma vez um Crime

1 fevereiro 2013

100 Balas - Volume 12 - Era uma vez um Crime Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Brian Azzarello (roteiro), Eduardo Risso (arte), Patricia Mullvihill (cores) - Histórias originalmente publicadas em 100 Bullets # 76 a # 83.

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Dezembro de 2012

Sinopse

Rinhas - Lono e Graves partem em busca de Wylie Times, que deve escolher de que lado vai ficar.

Placar apertado - Após os eventos ocorridos no episódio anterior, tanto Lono quanto Graves fazem um balanço de suas perdas e possibilidades.

Tarantismo - Contratado por Graves, Ronnie Rome vai a Roma em busca de Echo Memoria e de uma pintura roubada. Em Nova York, Graves revela a Dizzy como conheceu Shepherd.

Positivo/Negativo

Se não leu as histórias deste volume e não gosta de spoilers, é bom abandonar esta resenha por aqui.

Aliás, uma boa dica é não olhar com atenção nem para a capa de Era uma vez um crime, porque ela traz um violento spoiler: um minuteman morre nesta edição e o desenho o mostra estendido no chão.

Completamente fora do universo colorido dos super-heróis, 100 Balas apresenta uma característica peculiar: em suas histórias, a morte é definitiva e irrevogável.

Não há ressurreições, não há retcons. Se o personagem morreu, ele morreu mesmo.

Isso é um tanto desconcertante, porque Azzarello constrói bem seus personagens e consegue fazer com que seus leitores se importem.

Foi assim com Milo Garret, em O detetive enquadrado, e Joseph Shepherd, em Noites de Jazz.

E agora é a vez de Wylie Times.

Rinhas divide-se em quatro episódios e mostra as facções encabeçadas por Graves e Lono partindo em busca de Wylie e, principalmente, Dizzy Cordova.

Trata-se de disputar um apoio importante na guerra que está desintegrando o Cartel. Aliás, desintegrando rapidamente, porque logo nas primeiras páginas a velha Mia Simone, chefe de uma das famílias, é "suicidada" pelo recém-ativado Remi Rome.

As opções para Wylie são escolher se aliar àquele que o encontrar primeiro ou lutar por sua vida. A espera pelo desenlace da situação é tensa. Quem chegará primeiro? O que Wylie decidirá?

Diversos flashbacks mostram novos detalhes do que aconteceu na lendária noite em Atlantic City, destacando Wylie, que é apresentado como um sujeito moderado e sentindo-se desconfortável diante do plano que se desenrola.

Wylie Times protagonizou diversas histórias da série e, embora se mostrasse extremamente letal, também era muito menos cruel e embrutecido que seus colegas minutemen. Como diria Victor Ray, "o único problema dele era ter coração demais".

De fato, Wylie era um personagem carismático. Então, entra outra característica de Azzarello: em vez de apelar para grandes combates pirotécnicos, cheios de ação, a morte de seus personagens é seca, brutal, sem efeitos. E, muitas vezes, estúpida. Bem próximo da vida real.

Assim, Wylie Times não morre no meio de um tiroteio violento. Ele é repentinamente baleado por um ex-colega no meio de uma conversa. Um único tiro. Acharam que ele ia sacar uma arma, mas estava só pegando cigarros do bolso.

Adeus, Wylie Times.

Placar apertado serve de epílogo para Rinhas. Graves e Lono reorganizam-se. Ambos tiveram perdas. Mas Graves ainda saiu-se um pouco melhor: conseguiu cooptar Dizzy, que torna-se a mais nova minuteman (ou minutewoman, se preferir).

Por outro lado, Graves não só perdeu o apoio de Wylie Times, como, talvez pela primeira vez na série, defrontou-se com algo que estava completamente fora de seus planos.

Finalmente, Tarantismo apresenta em seus três episódios duas tramas paralelas.

Na primeira, Ronnie Rome busca por Echo Memoria e uma histórica pintura que já tinha aparecido em O detetive enquadrado. Como sempre, as coisas não são o que parecem e o que deveria ser uma situação simples ou um desfecho satisfatório mostram-se uma frustrante ilusão.

Fica a pergunta: qual a importância da pintura para os planos de Graves? Ou de Medici? Ou de Lono?

Ao mesmo tempo, Graves conta a Dizzy como conheceu Shepherd. Acompanhando a trama, é surpreendente como um sujeito que aos 20 anos consegue enrolar Graves e o então minuteman Curtis Hughes foi morrer no meio de um deserto, baleado, sozinho e devorado por coiotes.

Talvez a morte por violência seja exatamente isso em 100 Balas: algo estúpido, sem sentido e completamente inesperado. Algo sem nenhum encanto, dignidade ou dimensão épica. Muito próximo da vida real.

Talvez por isso 100 Balas seja uma série única.

Classificação

4,5

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