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A SAGA DE LUCAS # 9

1 dezembro 2005


Título: A SAGA DE LUCAS # 9 (Nona
Arte
) - Revista online
Autores: André Diniz (roteiro) e Tibúrcio (desenhos).

Preço: gratuito

Número de páginas: 9

Data de lançamento: 2005

Sinopse: Roleta Egípcia - Lucas, o picareta mais velho do mundo, entra de gaiato numa enrascada que pode lhe custar a própria vida.

Positivo/Negativo: Esta é a mais simples e, de longe, a melhor história da Saga até o momento.

Qual a razão de se criar um personagem de 199 anos? Ao que parece, a idade absurda nada mais é que uma desculpa (e uma licença) para ambientar as peripécias de Lucas em tempos longínquos, desde o século XIX! E nos mais diversos lugares - afinal, trata-se de um aventureiro.

Este é o verdadeiro potencial do personagem. Ele poderia ter presenciado, por exemplo, a invenção do avião, estar na Alemanha quando Hitler subiu ao poder, assistir aos concertos da Semana de 22, ser amigo de Monet, Portinari, Will Eisner... São mil e uma possibilidades, um universo praticamente inesgotável.

Isso, porém, não foi aproveitado nos roteiros. Até agora, André Diniz só havia usado seu personagem em tramas no presente, e no Rio de Janeiro. Até agora.

Esta história em especial se passa no Egito, em 1935. Lucas está ao lado de exploradores malucos, que participarão de um jogo mortal para ver quem fica com um amuleto mágico. A estrutura do roteiro é tão simples que chega a confundir: chega-se a dar pouco valor, de tão fácil que parece ter sido escrevê-lo.

É mais ou menos o que acontece com as histórias de Carl Barks. É simples por ser preciso, sem excessos. As frases estão colocadas no lugar exato. As piadas estão certeiras. Lucas está no auge da malandragem.

Até mesmo o formalismo gramatical e os balões extensos, comuns na Saga, estão ausentes. Lê-se tudo num fôlego só, feito um mangá.

Tudo se desenrola numa inocência inacreditável e deliciosa. Todos os personagens aceitam as regras sem discutir. Fazem absurdos só para segui-las. Menos um. E não é difícil adivinhar o nome dele.

O desenho de Tibúrcio colabora (e muito) para dar a leveza certa que Lucas precisa. Seus traços são simples, sem muitos detalhes. As linhas são finas (diferentes dos traços grossos e pesados de André Diniz). A colorização também melhorou. Cada personagem tem seu próprio tom e o capricho que isso traz.

Fica a torcida por mais edições como esta. A história recente poderia ser recontada a partir da perspectiva distorcida de Lucas, e a Saga se tornaria uma HQ memorável.

 

Classificação:

4,0

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