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A VOLTA DE UBALDO, O PARANÓICO

1 dezembro 2004


Autor: Henfil (texto e arte).

Preço: R$ 20,00

Número de páginas: 134

Data de lançamento: Junho de 1999 (segunda edição - a primeira
é de 1994)

Sinopse: Uma antologia histórica reunindo diversas charges de Ubaldo,
o paranóico, criação de Henfil (com a ajuda de seu amigo, Tarik de Souza)
para o Pasquim.

A edição trabalha as mil faces dos paranóicos tempos da ditadura militar,
com humor negro e traços bastante expressivos.

O livro contém ainda um texto de apresentação de Tarik de Souza.

Positivo/Negativo: A leitura das charges que constituem esta obra
podem causar reações diversas. A mais comum, porém, é o desespero. Por
não ter entendido a piada, ou por ter compreendido muito bem.

A extrema ligação com o momento retratado, às vezes, prejudica o entendimento
(é o mesmo problema de Hiroshima,
meu humor
). Nada que torne, porém, a leitura proibitiva ou chata.

Embora uma das melhores piadas não conte com a presença de nenhum ser
humano (apenas uma planta que lentamente se aproxima de uma embaixada
estrangeira, provavelmente, em busca de asilo), são as expressões de Ubaldo
as responsáveis por boa parte da graça. Propositadamente exageradas, elas
retratam o estado de loucura constante, asfixiante, em que viviam os opositores
do regime naqueles dias. As atuais circunstâncias políticas fazem pensar
se não seria o de caso de uma possível publicação do personagem nos Estados
Unidos.

Nesta segunda edição, há um erro absurdo de tão patente. Uma charge termina
páginas antes de começar (inicia na 131, conclui na 108), interrompendo
uma outra. Coisas assim num álbum de humor fazem perder boa parte da graça.

Irrita também a distribuição de quadros por página, parecendo dar uma
"esticadinha" no livro (que, embora tenha mais páginas que o da Graúna,
é lido muito mais rapidamente). Com exceção disso, a edição é bem cuidada,
sem grandes falhas.

Realmente excelente a idéia de republicar Henfil para as novas gerações.
Poderia gerar iniciativas semelhantes com outros grandes autores nacionais,
não só cartunistas (como Ziraldo, Angeli e Laerte, que não se afastam
das livrarias), mas também quadrinhistas de outros gêneros.

Classificação:

4,0

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