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Action Comics # 1 - Renascimento

2 março 2018

Action Comics # 1Editora: Panini Comics – Revista mensal

Autores: Dan Jurgens (roteiro), Patrick Zircher (desenhos) e Tomeu Morey (cores) – Originalmente em Action Comics # 957;

Dan Jurgens (roteiro), Patrick Zircher (desenhos) e Ulisses Arreola (cores) – Originalmente em Action Comics # 978.

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Abril de 2017

Sinopse

Estrada para o Apocalypse – Parte um – Enquanto a família Kent, disfarçada com o sobrenome Smith, muda-se para o interior de Metrópolis, Lex Luthor faz sua estreia oficial como o novo Superman, assumindo por sua conta o lugar do Homem de Aço, falecido no encadernado Superman – Fim dos Dias.

A ação força o outro Kal-El a entrar em cena e se revelar publicamente ao mundo e exigir respostas do vilão tornado herói, e isto só pode ter um resultado: o combate direto entre ambos.

Estrada para o Apocalypse – Parte dois – Durante o confronto de Superman e Lex, dois novos personagens fazem uma chegada surpreendente no final da última história: um é ninguém menos que um Clark Kent sem superpoderes e o outro, o monstro Apocalypse.

Os mistérios e perguntas se intensificam, enquanto um rastro de destruição começa a se alastrar por Metrópolis.

Positivo/Negativo

Action Comics # 1 é uma edição recheada de curiosidades e momentos históricos, a começar por ser a primeira vez no Brasil que o Superman ganha uma revista homônima à edição estadunidense na qual fez sua estreia, em 1938.

É a primeira vez também que o último filho de Krypton ganha um segundo título mensal no país desde 2000, quando a Editora Abril então cancelou Superman – O Homem de Aço, após 17 números.

Por fim, esta edição, responsável por chamar mais atenção dos leitores atuais, ao lado de sua revista-irmã, Superman, é o começo da alardeada nova fase editorial da DC, Renascimento.

Apesar de, como em todo tipo de reinício editorial praticado por editoras de super-heróis, as duas histórias aqui coletadas visem ser atrativas para novos (e afastados) leitores, sem sobrecarregá-los com uma dose maciça de informações sobre eventos passados, com o Superman isto não pôde ser evitado, e a trama pega os novatos de surpresa.

Sem ter lido ou com um conhecimento prévio mínimo dos últimos eventos envolvendo tanto o(s) Homem(ns) de Aço quanto a Liga da Justiça, eles tenderão a ficar um tanto desorientados com informações sobre a morte de “um” Superman e outro, casado e com um filho de 10 anos, mudando-se para o interior, sem contar Lex Luthor assumindo o papel de novo “Superman” de Metrópolis.

O fato de a recapitulação ter sido publicada na outra revista do personagem, Superman # 1, e de não haver um texto introdutório sobre essas mudanças neste número de Action Comics não ajuda.

Ainda que um tanto impiedoso neste ponto, o roteiro de Dan Jurgens é pura nostalgia. Famoso por ser um dos mais prolíferos autores do personagem nos anos 1990, responsável até por ser um dos coargumentistas e artista do arco A morte do Superman, ele se respalda em elementos desta fase para começar seu ciclo pós-Renascimento, enquanto traz das páginas de Liga da Justiça o novo Lex Luthor heroico.

De sua passagem pelo evento Convergência e de momentos mostrados na minissérie Lois & Clark (publicada no Brasil em encadernado de mesmo nome, pela Panini), Jurgens traz Jonathan Samuel Kent, o filho de Superman e Lois, e a dinâmica entre a família aqui é breve, mas desponta como ponto alto da narrativa, a qual também não se alonga muito em eventos passados e parte logo para a ação direta, mostrando duas novas empolgantes batalhas do Homem de Aço.

A aventura faz várias ligações com o arco da morte e retorno do Superman, desde a aparição de heróis substitutos para preencher a lacuna deixada pelo Homem de Aço tombado até a presença do monstro Apocalypse. Tudo aqui grita “anos 1990” e, para os fãs do período, será um verdadeiro deleite.

É claro: há também diversos novos mistérios não resolvidos que ou continuam, ou se iniciam aqui, tornando a edição um dos raros casos na atualidade em que o leitor realmente aguarda pelo próximo número após fechar a revista.

A arte de Patrick Zircher também contribui muito para o efeito nostálgico. Algo como um herdeiro visual involuntário de Jackson Guice, outro famoso artista noventista do Superman, ele tem um estilo extremamente detalhista, embora mais dinâmico que o de Guice.

Suas cenas de ação e a representação do Superman são sempre inspiradoras e criam belos painéis, ajudando o texto quase básico, porém empolgante, de Jurgens a ganhar mais vida do que poderia nas mãos de um artista menos capaz.

A opção da Panini em trazer novamente para o Brasil dois títulos do Superman se dá pelo fato de, nos Estados Unidos, a periocidade de suas duas revistas – Action Comics e Superman – ter passado para bimensal quando Renascimento começou, somando duas ao mês de cada.

Com esta manobra aqui, a editora está mirando justamente manter o fluxo nas publicações nacionais e não atrasar o cronograma do personagem, mantendo em cada edição duas histórias de suas revistas homônimas.

É notável também o aumento da qualidade das publicações nacionais, com o papel de miolo migrando para o LWC, o que permite uma maior e melhor precisão da reprodução de cores. Dois acertos inegáveis da Panini.

A editora trouxe ainda a edição de estreia de Action Comics com duas capas, repetindo o feito de 2012, quando inaugurou a fase dos Novos 52. A original tem arte do brasileiro Ivan Reis, e a alternativa, de Mike Janin. Como bônus, há ainda a reprodução das duas outras capas alternativas de Ryan Sook.

A Panini não deixou para trás nem a página dupla publicada na edição original nos EUA explicando como a nova fase do Homem de Aço se estende a outros membros ligados ao Superman, a saber: Lex Luthor, Supergirl, Novo Superman e Superwoman – os três últimos têm títulos próprios nos EUA, e foram lançados no Brasil em encadernados de banca.

Dentre os vários títulos da fase Renascimento, tanto Action Comics quanto Superman despontam como alguns dos melhores, o que faz da leitura desta revista uma excelente opção não apenas para fãs do Homem de Aço, mas para todos os apreciadores de uma boa história a ser desenvolvida nos próximos números.

Fãs da relação pai e filho entre Homem de Aço e Jon, seu filho, porém, devem ficar atentos ao outro título do personagem, Superman, no qual isso será mais explorado junto aos dramas familiares e de crescimento do garoto. Aqui, fazendo jus ao seu nome, é ação quase pura.

Classificação

3,5

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