Autores: A chegada - Bill Mantlo (roteiro) e Sal Buscema (arte);

A volta - Bill Mantlo (roteiro) e Sal Buscema (arte);

Monarca das Estrelas - Howard Chaykin (roteiro e arte);

E se... outra pessoa se transformasse em Nova? - Marv Wolfman (roteiro), John Buscema e Joe Sinnott (arte).

Preço: Cr$ 145,00 (preço da época)

Número de páginas: 96

Data de lançamento: 1982

Sinopse: A chegada - Uma espécie de androide chega à Terra. É Rom, o Cavaleiro do Espaço, caçando os Espectros, criaturas malignas que almejam conquistar e destruir.

Mas, ao confrontar a raça de Rom, os galadorianos, os alienígenas foram derrotados e se esconderam pelo cosmo. A meta do Cavaleiro do Espaço é encontrar e destruir todos. Para tanto, localizou nosso planeta, após uma caçada de 200 anos.

A volta - Os Espectros tem capacidade de se transformar em qualquer criatura viva e estão infiltrados entre os humanos. O problema é que, como somente Rom é capaz de distingui-los dos demais, os terráqueos acreditam estar sendo atacados por ele.

Monarca das Estrelas - Num mundo distante, o Monarca das Estrelas está caçando um fugitivo. Ele é um homem singular, que teve o sistema nervoso destroçado e substituído por um ser artificial, na forma de um falcão. Intrigas e perigos estão à sua espera.

E se... outra pessoa se transformasse em Nova? - Quatro versões alternativas de diferentes pessoas que receberam o poder do centurião Nova: uma mulher desesperada por vingança, o conhecido Peter Parker (que nesta realidade não se tornou o Homem-Aranha), um mendigo e um vilão sedento por poder.

Positivo/Negativo: Em épocas passadas, o maior diferencial da Marvel em relação aos concorrentes, em especial à DC, foi o toque humano que Stan Lee deu aos super-heróis, pessoas comuns que, em meio aos problemas cotidianos, precisavam arrumar tempo para ajudar seus semelhantes - por exemplo, o tanto que Peter Parker, que sofre ao tentar salvar o dia, pagar as contas e dar assistência à tia.

Essa abordagem, com certeza, aumentou a faixa etária dos interessados nesse gênero de HQs. Ainda assim, no Brasil, o enfoque dado à "Casa das Ideias" por editoras como Ebal, Bloch e RGE foi voltado preponderantemente para crianças. A busca por agradar também ao leitor jovem e/ou maduro teve início sobremaneira quando os personagens passaram para a tutela da Editora Abril.

Quanto aos títulos publicados pela RGE, o Almanaque Premiere Marvel, de curta duração, talvez tenha sido o maior destaque da linha Marvel na editora. Séries inéditas - algumas que teriam longa duração - chegaram ao Brasil nesta revista.

Se no primeiro número o destaque foi a estreia da Mulher-Hulk, nesta segunda edição a atração fica por conta da chegada de Rom, o Cavaleiro Espacial.

Com visual lembrando os robôs dos quadrinhos japoneses, o personagem tem toda aquela carga de tragédia inerente aos heróis da Marvel: abandonou a própria humanidade para salvar seu mundo (como o Surfista Prateado).

Natural de uma raça evoluída e pacifista, seu povo vagava pelo universo buscando difundir paz e tecnologia. Covardemente atacados pelos Espectros (chamados aqui de Espectros Medonhos), os galadorianos foram forçados a se defender, e os melhores de sua raça aceitaram tornar-se Cavaleiros Espaciais.

Após uma grande batalha e difícil vitória do planeta Galador, os Espectros fogem, e Rom os persegue pelo cosmo até encontrar o maior refúgio de seus inimigos, a Terra. Eles têm a capacidade de se transmutar em pessoas normais ou em outro ser vivo.

Rom tem uma arma que permite distinguir os Espectros dos demais, mas, como só ele consegue fazer essa distinção, todos pensam que o Cavaleiro Espacial está matando pessoas comuns. Assim, o exército e a opinião pública se voltam contra este "invasor alienígena".

Pode não ser original, mas é contado de maneira extremamente competente - mérito do escolado Bill Mantlo. E a arte de Sal Buscema, um dos grandes desenhistas de super-heróis norte-americanos só faz aumentar o interesse pela saga.

O único senão é o fato da HQ ter, até certo ponto, envelhecido - constata-se que ela está datada pelos recordatórios e falas melodramáticas, como fosse uma novela televisiva, recurso muito comum na época em tramas da Marvel. Soaria estranho nas HQs de hoje.

A saga deste herói teria sequencia nas edições seguintes desta coleção, e depois na Editora Abril.

Quanto às demais HQs, Monarca das Estrelas, ao contrário do que afirma a capa da revista ("uma obra-prima dos quadrinhos), está bem longe disto, e se salva apenas pela arte diferenciada de Chaykin.

Já em E se... outra pessoa se transformasse em Nova, o leitor confere quatro realidades distintas, na qual diferentes pessoas recebem o poder do Centurião Nova, sempre com um final trágico.

Entre altos e baixos, o fato é que as seis edições do Almanaque Premiere Marvel despertam o interesse dos fãs da "Casa das Ideias". Vale a busca em sebos.

 

Classificação: