Confins do Universo 202 - Guerras Secretas: 40 anos depois
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AMANA AO DEUS DARÁ

1 dezembro 2004


Autores: Edna Lopes (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 31,00

Número de páginas: 120

Data de lançamento: Abril de 2004

Sinopse: Amana é uma garota órfã que, aos 18 anos, decide abandonar a casa da avó que a criou, na periferia de São Paulo, para procurar seus pais verdadeiros. Ela parte, então, para o Rio de Janeiro apenas com o endereço de uma remota parente.

Depois de "quebrar a cara" na cidade maravilhosa, recebe a ajuda de noivos amigos e consegue uma carona para a Bahia. É o início da saga que a levará até os confins da Amazônia, onde a jovem acaba prisioneira de uma quadrilha que explora a prostituição de menores.

Para fugir, Amana precisará juntar todas as suas forças e vencer a solidão da floresta.

Positivo/Negativo: Uma das boas novidades em quadrinhos da 18ª Bienal do Livro de São Paulo foi, sem dúvida, Amana ao Deus dará.

Além de ser a primeira graphic novel escrita e desenhada por uma mulher no Brasil, apresenta uma história que prende a atenção do leitor, justamente por ser protagonizada por uma brasileira comum, sem nada de especial. O drama que Amana vive, infelizmente, é mais corriqueiro do que se pode pensar pelos confins do Brasil.

A autora Edna Lopes passa ao leitor, com rara sensibilidade, as muitas frustrações e as poucas alegrias que a jovem encara. Seu texto é muito feliz ao retratar as gírias e peculiaridades dos vários estados pelos quais a personagem passa.

Seu traço está longe do hiper-realismo, mas é bastante agradável, uma mescla da "linha clara" que marca a HQ franco-belga e do estilo dos quadrinhos alternativos americanos.

Edna Lopes também se destaca na diagramação que adota nas páginas, sempre ousada e fugindo do padrão "certinho" de quadros lado a lado.

O álbum teve uma produção caprichada, e a idéia da Casa da Palavra de imprimi-lo em sépia, com tons de vermelho em alguns momentos, tornou-o mais atrativo.

Fica a torcida pelo sucesso de Amana ao Deus dará, para que a Casa da Palavra possa abrir uma nova porta para quadrinhistas nacionais publicarem seus trabalhos. Desde que com qualidade, evidente.

Classificação:

4,0

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