AS AVENTURAS DE TINTIM – EXPLORANDO A LUA

Autores: Hergé (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 34,50
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Dezembro de 2007
        Sinopse: Tintim, capitão Haddock, professor Girassol, o engenheiro
        Wolff e Milu desmaiam logo após a decolagem, devido à pressão sobre seus
        corpos. Quando despertam, descobrem que o foguete trouxe mais dois "hóspedes",
        os aparvoados detetives Dupond e Dupont, que estavam escondidos para vigiar
        a nave e confundiram o horário do lançamento (acharam que era 13h34min,
        e não 1h34min).
        A partir daí, a viagem se traduz em diversas dificuldades, antes e depois
        da chegada ao solo lunar. Mas o que os tripulantes não contavam era que,
        além da missão científica, teriam que enfrentar um inimigo que, clandestinamente,
        estava a bordo e pode botar todo o projeto a perder. Juntamente com as
        vidas de Tintim e seus amigos.
        Positivo/Negativo: Tintim foi o primeiro terráqueo a pisar na Lua.
        Ao menos para seu criador, Hergé, que publicou esta aventura pela primeira
        vez em 1954, 15 anos antes de Neil Armstrong pisar o solo lunar, em 1969.
        A conclusão da história, iniciada no álbum
        anterior, não deixa nada a desejar.
        Mesmo com o clima de perigo presente a todo momento, o humor, uma das
        características principais da série, se faz presente sempre que o autor
        queria "quebrar"o ritmo da trama.
        Assim, Haddock fica bêbado a bordo, os cabelos e bigodes de Dupond e Dumont
        crescem assustadoramente (como já havia acontecido em Tintim no país
        do ouro negro), o professor Girassol bate a cabeça dos policiais gêmeos
        etc. Tudo entremeando momentos de suspense e ação. Hergé (pseudônimo de
        Georges Remi) era mestre nisso.
        
        Do momento em que é revelado o espião a bordo, o autor mantém o suspense
        sempre em alta, deixando os personagens "do bem" em sérios apuros. E o
        mais interessante é que, no desfecho, não tem dúvida de incluir na trama
        um assassinato e um suicídio.
        Outra coisa interessante é a forma lúdica com que Hergé inclui na aventura
        informações reais a respeito, por exemplo, dos circos lunares e do asteróide
        Adônis.
        Claro que a inocência mostrada em diversas situações soa pueril (imagine
        pessoas serem escolhidas como astronautas sem um preparo especial e ainda
        levarem um cachorro!), mas As Aventuras de Tintim nunca foram um
        retrato fiel da História. Pelo contrário. Justamente essa mescla com fantasia
        é um dos segredos de seu sucesso.
        
        Uma curiosidade adicional: no Centro Belge de la Bande Dessinée
        (veja aqui
        o relato de uma visita ao local) há uma réplica de pouco mais de dois
        metros de altura do foguete usado pelos personagens nesta aventura. A
        nave foi inspirada nos mísseis balísticos V2, usados pelos alemães durante
        a Segunda Guerra Mundial.
        Quanto ao trabalho da Companhia das Letras, ele só não é impecável
        por causa de um "risco de vida", na página 19 - o correto seria "risco
        de morte". Além disso, algo que poderia melhorar ainda mais os álbuns
        é ampliar as informações quando se faz uma remissão a histórias anteriores.
        Para quem não as leu, o ideal seria explicar nessas notas de rodapé o
        que aconteceu (já que isso não fica claro na HQ) e não apenas mencionar
        que o fato ocorreu em determinada edição.
        Mas isso não diminui em nada o trabalho realizado com esta aventura, que
        é um clássico das HQs mundiais e, junto com o álbum que o precede, merece
        estar nas prateleiras dos apreciadores da boa arte seqüencial.
Classificação:


 
						




