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ASTRAL PROJECT – SOB A LUZ DA LUA # 1

1 dezembro 2011

ASTRAL PROJECT - SOB A LUZ DA LUA # 1

Editora: Panini Comics - Revista bimestral

Autores: Marginal (roteiro) e Syuji Takeya (arte).

Preço: R$ 10,90

Número de páginas: 240

Data de lançamento: Janeiro de 2011

 

Sinopse

Masahiko mora em Tóquio e trabalha como motorista de prostitutas de luxo. Sua vida muda quando descobre que sua irmã morreu e ele obtém o último CD que ela ouviu antes de falecer.

Quando ouve a quarta faixa de um disco de Albert Ayler, saxofonista de jazz, Masahiko se projeta astralmente. A partir disso, resolve tentar entender mais sobre a experiência de sair do corpo e o que aconteceu de fato com sua irmã.

Positivo/Negativo

Eis um mangá todo esquisito.

Pela capa, até pode ser confundido com um shojo, mas, ao folhear a revista, o leitor já perceberá que se trata de outra pegada.

O traço também causa algum estranhamento, por ser mais realista que o habitual nos quadrinhos japoneses.

Além disso, a história gira em torno de um tema estranho por si só: a projeção astral. E o leitor entenderá, com o passar das páginas, que ainda tem muito mais coisa incomum para acontecer.

Por exemplo: as histórias em quadrinhos são muito mais habituadas às referências da música pop do que do jazz. E o músico Albert Ayler é uma figura essencial para o desenvolvimento da trama. Afinal, é ao som dele que Masahiko consegue suas viagens incorpóreas.

Com o desenvolvimento da trama, os aspectos psicológicos do protagonista vão ganhando força e interessando cada vez mais ao leitor. Em paralelo, outras duas linhas se desdobram.

Uma sobre o aprendizado prático de Masahiko sobre a projeção astral e seu contato com outros viajantes desincorporados. E, desse modo, ele entende o funcionamento e as regras desse mundo astral pouco a pouco. E o leitor vai junto.

A outra linha é uma que se finca com firmeza em teorias da conspiração.

Essa reflexão põe em dúvida o que o leitor viu até então, e tenta puxar a explicação para bases pseudocientíficas. E, no meio disso, segue a pergunta do personagem principal: porque minha irmã morreu?

A esquisitice toda se mostra cada vez mais interessante e, sem dúvida, quanto mais exótico, melhor. A sensação é de que não é possível prever com segurança o que vem adiante, pois muita coisa pode acontecer.

A arte é ótima, com uma decupagem valiosa para o ritmo da história. Os ângulos escolhidos e as expressões dos personagens são muito bons e o roteiro, até aqui, é dos mais interessantes, embora seja "esquisitão".

Sem dúvida, Astral Project é uma das séries de HQ mais bacanas lançadas este ano no Brasil.

Classificação:

4,0

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