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BATMAN # 1

1 dezembro 2012

BATMAN # 1

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: Batman - Truque com facas (Batman # 1) - Scott Snyder (roteiro), Greg Capullo (desenhos), Jonathan Glapion (arte-final) e Fco Plascencia (cores);

Batman (Detective Comics # 1) - Tony Salvador Daniel (roteiro e desenhos), Ryan Winn (arte-final) e Tomey Morey (cores);

Batman - O Cavaleiro das Trevas - Terrores da noite (Batman - The Dark Knight # 1) - Paul Jenkins (roteiro/argumento), David Finch desenhos/argumento), Richard Friend (arte-final) e Alex Sinclair (cores).

Preço: R$ 6,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Junho de 2012

 

Sinopse

Truque com facas - Enquanto reflete sobre a natureza de Gotham, Bruce Wayne apresenta seu plano de reforma urbana para a cidade. E um novo assassinato levanta suspeitas sobre um dos mais antigos aliados de Batman.

Batman - O Coringa volta a atacar, e capturá-lo não será fácil.

Terrores da noite - Bruce Wayne começa a ter problemas com a polícia por conta de seu anúncio público de que financia as atividades de Batman. E eclode uma fuga do Asilo Arkham.

Positivo/Negativo

Questionados sobre a decisão de zerar a numeração de todos os títulos do universo de super-heróis da DC Comics, incluindo Action Comics e Detective Comics, que existiam desde a década de 1930 e são os dois maiores patrimônios da editora, Dan Didio e Jim Lee afirmaram que, se deixassem de fora da reformulação os dois, seu reboot não seria levado a sério.

Curioso notar que zeraram, sim, a numeração de todas as revistas, mas a cronologia dos personagens Batman e Lanterna Verde saiu incólume das mudanças editoriais. Parece que manter o ritmo das séries de sucesso e agradar os autores mais celebrados do momento têm mais valor que coerência na maior jogada de marketing dos quadrinhos nos últimos tempos, afinal.

Mas o fato é que, ainda assim, os títulos mensais de Batman chegam com novos arcos e tramas acessíveis para novos leitores, e o sucesso do Morcego nos Estados Unidos já se repetiu no Brasil. A Panini anunciou uma nova tiragem para esta edição de estreia, que esgotou nas bancas.

Resta saber se as aventuras são boas e justificam esse barulho. A saga de abertura, de Scott Snyder e Greg Capullo, é bem interessante, com uma narrativa ágil que garante o interesse do leitor. Já as duas subsequentes são bem forçadas e não escapam do lugar-comum, apesar de uma virada surpreendente na história produzida por Tony Daniel para a revista Detective Comics.

Com efeito, Scott Snyder e o ilustrador Greg Capullo, a cargo do título principal do Cavaleiro das Trevas nos Estados Unidos, são duas das maiores estrelas da nova fase da DC. Snyder despontou no mercado de quadrinhos com seus roteiros inteligentes em Vampiro americano, e logo se mostrou um dos mais hábeis escritores de Batman por sua fase estrelada por Dick Grayson (leia aqui aqui um review do encadernado The Black Mirror).

Já Greg Capullo possui o traço dinâmico e arrojado que marcou títulos como X-Force e Spawn, o que o tornou uma revelação nos anos 1990 e um artista ideal para o defensor de Gotham City.

A dupla de criadores introduz novos elementos na mitologia do personagem que irão repercutir fortemente nos próximos meses, até estourar no crossover Noite das Corujas. Impressionante notar como eles dão vida à Cidade das Trevas.

Bem menos inspirado é o escritor e desenhista Tony Daniel, que ganhou voto de confiança dos editores da DC, mas ainda não convenceu. Ele saiu de uma elogiada fase de Batman, na qual ilustrou o texto do insano Grant Morrison, para também escrever seus próprios contos, começando pelo fraco A batalha pelo capuz.

Daniel, ao menos, conhece bem a mitologia do Homem-Morcego, e entende o que torna o herói tão fascinante. O problema é que seu texto não empolga. As investidas do Coringa soam pouco imaginativas, muito aquém dos grandes momentos do Palhaço do Crime. A última página, porém, é assustadora e aponta para uma direção ousada e imprevisível do personagem.

Nos desenhos, contudo, o artista tem evoluído muito nos últimos meses, e não decepciona. Esta, aliás, é uma das maiores qualidades de Batman após o reboot.

A última história da revista tem roteiros medianos escritos por Paul Jenkins e David Finch, mas é o traço deste último que parece se destacar mais. A dupla inicia um enredo sobre a fuga dos prisioneiros do Asilo Arkham, mas a reviravolta final é risível e não condiz com o clima das novas histórias do Batman.

Os problemas de Bruce Wayne por anunciar publicamente que financia as atividades do vigilante parecem mais auspiciosos, e podem levar a série a rumos diferentes. São as ideias de Grant Morrison repercutindo no universo do personagem.

Por outro lado, é notável que os autores optaram por não recapitular as origens do super-herói. É fato que a trajetória do Cavaleiro das Trevas é bem conhecida do grande público, mas poderia ser uma opção interessante para este recomeço.

 

Classificação:

4,0

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