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BATMAN - HONG KONG

1 dezembro 2006


Título: BATMAN - HONG KONG (Panini
Comics
) - Edição especial
Autores: Doug Moench (texto) e Tony Wong (arte).

Preço: R$ 10,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Novembro de 2006

Sinopse: Um assassinato transmitido online é interceptado por um hacker em Gotham City. A trilha leva a Hong Kong, onde Batman irá se unir com um novo herói local, o Dragão da Noite, para desvendar uma trama que envolve a máfia local.

Positivo/Negativo: Em Hong Kong, Tony Wong Yuk-lon é considerado o rei dos quadrinhos. Ele praticamente criou o mercado local de HQs - e suas obras fazem sucesso desde os anos 80.

Foi por conta desse currículo que, em 2003, a DC o convidou para ilustrar uma história do Batman, em uma das iniciativas para internacionalizar a produção de HQs. Batman - Hong Kong é o resultado desse encontro. Mas nem toda a trajetória do autor conseguiu garantir um bom álbum.

O estilo de Wong está mais perto de mangás e manhwas que do gênero de super-heróis. Por isso, seu Batman é expressivo demais, o que vai contra a natureza do personagem.

Ao mesmo tempo, o Morcego também aparece iluminado demais para uma criatura das sombras. Mas não é o artista quem atrapalha. Sua mistura de quadros desenhados e arte-finalizados com nanquim com cenas pintadas é eficiente e dá força dramática, o que compensaria eventuais deficiências.

De qualquer forma, ele está acima do nível médio dos ilustradores do personagem nas revistas de linha.

O problema está justamente em Doug Moench, um veterano dos quadrinhos norte-americanos. Seus roteiros, que já foram bons, estão em plena decadência. Batman - Hong Kong é uma trama boba e cheia de clichês.

A cadeia mundial de filmes snuff, que a princípio poderia render um bom argumento, se torna um adereço mal-aproveitado numa trama de vingança familiar. Uma das cenas finais, em que dois irmãos (um mafioso e um policial) choram juntos e "ficam de bem", é sofrível. E seu Batman é falastrão e ingênuo - e é essa a combinação fatal com o estilo expressivo e iluminado de Wong, que acaba destacando essa deficiência do roteiro.

 

Classificação:

4,0

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