Para muitos fãs de Bolinha e Luluzinha, de todas as histórias em quadrinhos dos personagens de Marge Buell, as estreladas pelo detetive mirim Aranha ocupam o topo de sua preferência.

E não é para menos. As tramas, que sempre começam com a Luluzinha em apuros - dentre outros motivos, por seus pais a acusarem de perder ou estragar algum objeto da casa -, misturam piadas visuais, diálogos engraçados e, claro, uma dose certeira de mistério.

Invariavelmente, o suspeito principal (e único) de todos esses "crimes" - como Bolinha os define - é Jorge Palhares, pai da Luluzinha. E, na maioria das vezes, ele é realmente o culpado, para deleite do Aranha.

É nesse ponto que reside a diversão. Mesmo sabendo, antecipadamente, quem é o "criminoso", o leitor é tomado pela curiosidade para saber como o pequeno detetive conseguirá descobrir que o Sr. Palhares é o culpado - em tramas que, a princípio, não levam de imediato a essa conclusão, mas mostram indícios que só os "olhos treinados" do Aranha podem detectar.

Até chegar ao esperado final, os disfarces impagáveis do herói e seu olhar acusador contra o Sr. Palhares, além de outras gags, garantem o humor que, apesar do caráter repetitivo, são responsáveis pelos bons momentos dessas histórias.

Mas, como em tudo na vida - e nos quadrinhos - há exceções, às vezes o culpado é outro.

Isso acontece em três aventuras desta edição. Talvez por isso, essas HQs - em que o acusado de sempre é inocentado - sejam as mais fracas do gibi, frustrando o tradicional desfecho.

Vale apontar a indecisão da Pixel quanto ao título desta sua Edição Especial # 4. Na capa, é Bolinha e os grandes casos do Aranha. O frontispício e o cabeçalho de cada HQ anotam Os arquivos secretos do Aranha. E o expediente traz apenas Bolinha Aranha.

Para fugir da confusão, esta resenha optou por usar o que está na capa.