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BOOSTER GOLD - PAST IMPERFECT

1 dezembro 2012

BOOSTER GOLD - PAST IMPERFECT

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: Keith Giffen e J.M. DeMatteis (roteiro), Chris Batista, Keith Giffen e Pat Olliffe (desenhos), Rich Perrotta, Prentis Rollins, Keith Giffen, Pat Olliffe e Jack Purcell (arte-final).

Preço: US$ 17,99

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Junho de 2011

 

Sinopse

Após se aventurar quase mil anos no futuro, nos tempos da Saga das Trevas Eternas, o Gladiador Dourado decide solucionar o mistério da ressurreição de Maxwell Lord e descobrir por que ele foi apagado das mentes da humanidade.

Assim, o herói retorna ao período da Liga da Justiça Internacional, e vive novos desafios ao lado do Besouro Azul e de seus antigos companheiros.

Positivo/Negativo

Criação máxima do artista Dan Jurgens, o Gladiador Dourado iniciou sua trajetória de heroísmo após Crise nas Infinitas Terras, na década de 1980, quando estrelou uma revista mensal própria que durou cerca de dois anos.

Mas foi nas páginas da bem-humorada Liga da Justiça Internacional, com texto de Keith Giffen e J.M DeMatteis, que o personagem viveu seus dias de glória e conquistou uma legião de fãs.

Assim, quando o Gladiador ganhou nova revista mensal, alguns anos atrás, não foi surpresa que os autores tenham decidido revisitar seu passado com a equipe. Booster Gold - Past Imperfect é mais um encadernado dessa fase recente do herói, reunindo o time de roteiristas consagrados pelo trabalho em Liga da Justiça e investindo nas piadas infames que marcaram época.

A trama é recheada de viagens no tempo, e segue em paralelo aos eventos da saga Geração perdida, em que os justiceiros se veem às voltas com um ressuscitado Maxwell Lord.

Nas histórias deste volume, o Gladiador Dourado visita o futuro distante da Legião dos Super-Heróis, seu passado com a Liga da Justiça Internacional e até os dias da Segunda Guerra Mundial. Giffen e DeMatteis realizam um festival de seus "maiores sucessos", lembrando até o divertido General Glória, uma paródia do Capitão América que criaram tempos atrás.

O diferencial é que agora o Gladiador Dourado amadureceu como protetor do fluxo temporal, e os roteiristas contrastam sua nova atitude com a do herói imaturo e gozador que os leitores tanto curtiam.

A amizade do viajante do tempo com Ted Kord, o falecido Besouro Azul, também é explorada em profundidade. A saga, portanto, apresenta uma carga emocional extra que é fundamental em tramas de deslocamento cronal.

Infelizmente, contudo, os méritos de Booster Gold - Past Imperfect vão pouco além disso, já que o enredo se finca mesmo na nostalgia.

Keith Giffen e J.M. DeMatteis são roteiristas de talento, e já produziram muitos bons trabalhos, separados ou em parceria. É quando se propõem a revisitar os velhos tempos e prestar homenagem a sua própria fase na Liga da Justiça, porém, que acabam se destacando por brincadeiras que já perderam a graça e situações previsíveis.

Este arco com o Gladiador Dourado pode fazer a alegria dos antigos fãs por reunir personagens de sucesso, como Besouro Azul, Senhor Milagre e Grande Barda, mas todos os elementos que soavam diferentes décadas atrás, hoje não empolgam. Vilões ridículos e diálogos engraçadinhos continuam ditando o tom da narrativa, mas é na interação de personalidades que o texto mais ganha força. Os autores ainda revelam certa insatisfação com a condução dos heróis pela DC Comics nos últimos anos, ecoando o sentimento de muitos leitores.

Na arte, Chris Batista, Pat Olliffe e o próprio Giffen realizam um trabalho competente, mas que não repete o brilho nas expressões faciais do veterano Kevin Maguire - o responsável pela fase da Liga da Justiça aqui homenageada. Ele retornou apenas para as capas da revista, e sua ausência na arte interna é notável.

Com o reboot da DC, o título do Gladiador Dourado foi novamente cancelado, e o personagem ressurgiu como líder de uma nova Liga da Justiça Internacional, com roteiros do criador Dan Jurgens, que logo também será descontinuada.

Como o Gladiador Dourado experimentou fôlego renovado após as séries Crise Infinita e 52, espera-se que a editora continue investindo em suas confusões temporais. E que ele faça mais do que relembrar glórias passadas apenas.

 

Classificação:

4,0

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