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CANALHA # 3

1 dezembro 2001

Canalha #3Título: CANALHA # 3 (Editora Brainstore e Plurale) - Revista bimestral

Autores: Déja Vu - Jaime Martin (texto e arte);
Snake - A Diligência - Sanchez Abuli (roteiro) e Jordi Bernet (desenhos);
Blues Bar - Wander Antunes (texto) e Luiz Gustavo (arte);
Casa Grande e Senzala - Spacca (texto e arte);
O Preço de um Amigo - Wander Antunes (texto) e Gustavo Machado (arte);
Morgan - Um Calor Infernal - Antonio Segura (texto), José Ortiz (arte).

Preço: R$ 4,90

Data de lançamento: Julho de 2001

Sinopse: Déja Vu - Um conto curto (duas páginas) sobre a forma como um garoto encara o seu pai. Mas a história usa de metáforas para fazer uma séria crítica.

Snake - A Diligência - A diligência em que o Snake viajava é parada. O cowboy pensa se tratar de um assalto, os "bandidos" mandam que apenas ele desça, liberando os demais. Eram Pancho e seu compadre (vistos na edição anterior)! Quando o leitor acha que uma cena de vingança se desenrolará, surge um final pra lá de inusitado.

Blues Bar - Num típico papo de bar, um cara relata para um garçom as suas mágoas amorosas, sobre o seu relacionamento com uma mulher casada que decidiu voltar pro marido. Difícil vai ser ele voltar a falar com ela...

Casa Grande e Senzala - uma história pra lá de fetichista de Spacca, onde uma esposa oferece ao marido uma série de mordomias, como se ele estivesse na época da escravidão. Mas ela também tem suas fantasias...

O Preço de um Amigo - mais um capítulo de As Aventuras de Zózimo Barbosa. Uma dondoca está extorquindo o marido, para dar dinheiro ao seu amante. Ela consegue até com que o corno em questão cometa um assassinato para livrar a barra de seu verdadeiro amor. Mas, graças à sua língua afiada do detetive Zózimo, ela terá uma surpresa desagradável.

Morgan - Um Calor Infernal - num dia de calor absurdo, bem na hora do banho, a água da penitenciária é cortada, o que gera uma rebelião. Alguns presos fazem reféns e decidem fugir, mas Snake é contra. Então, Raf, o líder dos presos, usa Snake como escudo para tentar sair. Só que a coisa muda de figura quando começa a chover.

Positivo/Negativo: A primeira boa notícia desta edição de Canalha foi o aumento de páginas (de 32 para 48), com a manutenção do preço de capa.

Quanto às histórias, o nível caiu em relação ao número anterior. As melhores são a de Morgan e Blues Bar (que havia sido publicada na extinta Lúcifer e, desta vez, os editores se preocuparam em avisar os leitores; ao contrário do que aconteceu na Canalha # 1. Depois da ótima estréia, a aventura de Snake deixa bastante a desejar, principalmente pelo final estapafúrdio.

No suplemento Dossiê Canalha, a revista traz a matéria Profissão Canalha, assinada por Gabriel Mattos, sobre alguns desses tipos no cinema; e uma entrevista com o desenhista Spacca, que está completamente deslocada do escopo da publicação. A começar pelo título, onde o artista afirma: "Não sei o que é ser Canalha." Independente do indiscutível talento de Spacca, é realmente estranha a escolha, pois seus personagens não seguem esta linha.

Outro "furo" foi a escolha da capa, onde os editores simplesmente "entregaram" o final da aventura de Snake, quebrando todo o clima de surpresa que ela certamente geraria.

A qualidade da impressão continua padecendo dos problemas decorrentes de a revista ser impressa em papel jornal. Ou seja, continua soltando tinta na mão do leitor e apresentando falhas no preto em alguns quadros.

Classificação:

4,0

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