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CHASE

1 dezembro 2012

CHASE

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: J. H. Williams III, Dan Curtis Johnson e Doug Moench (roteiro), J. H. Williams, Kelley Jones, Bob Hall, Charlie Adlard, Eric Canete, Rick Burchett, Yanick Paquette, Eduardo Barreto e Greg Scott (desenhos), John Beatty e Shawn Martinbrouth (arte-final), e Gregory White e Lee Loughridge (cores).

Preço: US$ 29,99

Número de páginas: 352

Data de lançamento: Janeiro de 2012

 

Sinopse

Reimpressão de todas as edições da série mensal Chase, mais material extra das revistas Batman # 550, DC Universe Secret Files # 1, Secret Files Guide to the DC Universe 2000, Superman: Our Worlds at War Secret Files # 1, JSA Secret Files # 2, The Flash Secret Files # 3, The Joker: Last Laugh Secret Files # 1, Batgirl Secret Files # 1 e Hawkman Secret Files # 1, publicadas originalmente entre 1998 e 2002.

Cameron Chase é uma agente especial do Departamento de Operações Extranormais com a missão de investigar meta-humanos e pouca tolerância com esses seres superpoderosos.

Positivo/Negativo

Quando o assunto são histórias de super-heróis narradas sob o ponto de vista de pessoas comuns, logo se pensa na clássica minissérie Marvels, de Kurt Busiek e Alex Ross, e no cultuado título Gotham City contra o crime, assinado por Greg Rucka e Ed Brubaker. Mas uma série mensal de temática similar, que permanece inédita no Brasil e assumiu status de cult nos Estados Unidos, apesar da curta duração, é Chase.

Estrelada pela agente especial do DEO (Departamento de Operações Extranormais) criada por J. H. Williams III e Dan Curtis Johnson, a série teve todas as edições reunidas num encadernado especial.

Cameron Chase é uma mulher forte, cheia de idiossincrasias, com um trauma no passado ligado aos super-heróis do Universo DC. A primeira história da personagem foi no título próprio do Batman, envolvendo a mitologia dos Caras-de-Barro, e estabeleceu de imediato os rumos da série. A moça ainda viria a cruzar o caminho do Cavaleiro das Trevas várias vezes, inclusive num arco em que tenta descobrir a identidade secreta do herói, sempre rendendo bons conflitos.

O tom das narrativas é bastante sóbrio, realista e mais focado no clima de mistério e investigações do que na ação, que é sempre bem integrada, com figuras marcantes do panteão da DC Comics. Marcam presença nomes como o Esquadrão Suicida, Novos Titãs, Gladiador Dourado e o Lanterna Verde, sob o prisma diferenciado da agência governamental DEO e do olhar cínico de Chase.

Os autores J. H. William III e D. Curtis Johnson ainda expandiram e fortificaram décadas de História do Universo DC, com a revelação de uma geração de super-heróis e vilões esquecidos nos anos 60, na equipe Justice Experience.

Esse passado trágico, apresentado por meio de continuidade retroativa, foi visto poucas vezes nas revistas da editora desde então, mas é bem explorado em Chase. Trata-se, afinal, de uma nova face para o universo mais tradicional dos quadrinhos de super-heróis, com ótimo uso da cronologia e da integração de títulos diversos numa trama concisa.

A trama de abertura da série versa sobre um adolescente nerd de poderes incendiários, e dá pistas de que a própria Chase poderia ter habilidades especiais. Também foi introduzida a ideia de que o DEO teria instalações secretas para treinamento de jovens meta-humanos, fato que repercutiu nas revistas dos Titãs e da Justiça Jovem.

É interessante notar como a DC investiu na criação de todo um pano de fundo de organizações secretas e autoridades governamentais para seu universo, em uma abordagem conspiratória que não devia nada ao seriado televisivo Arquivo X.

Os desenhos de J. H. Williams III são mais um ponto positivo da série. O ilustrador, que também colaborava nos roteiros, apresentou uma arte bonita e cheia de inovações narrativas, com diagramação arrojada e criatividade visual poucas vezes notada num título de super-heróis da DC.

Pode-se traçar um paralelo com o trabalho de Brian Michael Bendis e Michael Gaydos em Alias, da linha Marvel Max, mas sem o foco na vida particular da protagonista. Chase ainda é uma experiência única.

A série teve nove edições convencionais, mais uma edição #1.000.000, como parte do crossover DC Um Milhão, que reinventou os personagens da editora no longínquo século 853, com uma esperta homenagem ao Juiz Dredd.

Após o término da série mensal, Chase teve algumas histórias curtas nos especiais Secret Files da DC, pela mesma dupla de roteiristas e com ilustradores diversos, que continuaram a explorar diferentes aspectos de seus heróis e vilões sob o escrutínio do governo norte-americano.

Como muitas das revistas de proposta diferenciada e fora do convencional num mercado saturado, Chase acabou conquistando mais admiradores apenas depois de encerrada. Com o recente reboot da editora, no entanto, a personagem voltou a aparecer na revista Batwoman, que também conta com texto e arte de Williams. E este encadernado é garantia de que ela continuará arrebatando corações e mentes por bastante tempo.

 

Classificação:

4,0

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