Autores: Milo Manara (texto e arte). Publicado originalmente em Le déclic - Tome 4.

Preço: R$ 24,90

Número de páginas: 56

Data de lançamento: Abril de 2009

Sinopse: Uma máquina pequena com um botão vermelho - sob sua influência, a recatada Claudia Christiani se transforma em uma devassa.

Embora se considere a salvo da influência do aparelho, a bela mulher acaba caindo no golpe orquestrado por um casal de primos que arma um plano de chantagem e extorsão.

Positivo/Negativo: Fortalecida depois de ser adquirida pelo grupo Ibep-Nacional, a Conrad retomou não só o fôlego para lançar coisas novas, mas também coleções que estavam em andamento.

Uma delas é Clic, monumento dos quadrinhos eróticos cujo quarto e último volume acaba de ser enviado às livrarias.

O lançamento encerra não só a coleção da editora, mas também uma espera de duas décadas, desde quando a Martins Fontes, em sua antiga coleção de quadrinhos, lançou o primeiro álbum da série.

A trama de Clic é conhecida: nos álbuns, a bela e pudica Claudia Christiani é controlada por um aparelhinho que a transforma em uma ninfomaníaca.

É um argumento que beira a mais comum pornografia. Mas vai além. Muito além.

Isso porque o controle remoto que transtorna Claudia não é uma simples maquininha. Trata-se, em outra instância, da materialização das fantasias de submissão.

O equipamento não está, afinal de contas, nas mãos dos primos, e sim na cabeça de cada ser humano.

Ao extrapolar o real, Manara conecta seu leitor a um sexo primal - muitas vezes reprimido ou negado.

Quando chega ao fim e Claudia retoma o controle, há muito mais do que o desfecho da trama. De certa forma, entregue apenas a si mesma, a mulher deixa de ser o animal descontrolado que interessa ao seu criador.

São essas relações perigosas que fazem de Clic um trabalho de grande destaque na longa bibliografia do autor.

Além disso, claro, há - ah! - os desenhos de Manara, especialmente suas belíssimas mulheres, estrelas de papel por natureza.

Com o fechamento de Clic, a Conrad cumpre mais uma missão. De novo, com louvor.

 

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