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CONEJO DE VIAJE

1 dezembro 2008


Autor: Liniers (texto e arte).

Preço: 17,90 euros

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: Compilação de relatos de viagens em HQ do quadrinhista argentino Liniers.

Positivo/Negativo: Em Macanudo, tira de Liniers cuja primeira coletânea a Zarabatana publica por aqui até o fim do ano, o leitor brasileiro vai conhecer a faceta mais popular do quadrinhista argentino mais badalado dos últimos anos.

Mas, por mais que suas tirinhas sejam matadoras, Liniers é um artista muito maior do que elas. Sua energia criativa mais solta já aparecia em seus cadernos de desenho ou mesmo em seu blog pessoal. Agora, junta-se ao grupo este Conejo de Viaje, uma compilação de diários de viagem feitos em quadrinhos.

A edição espanhola - a primeira a sair, antes mesmo da versão argentina - é sofisticada: tem papel especial e capa dura forrada com tecido. O formato é de um caderno médio, desses que se usa nos primeiros anos da escola.

É uma produção gráfica que evoca fortemente a sensação de um caderno de viagens mesmo, como se Liniers tivesse desenhado diretamente no próprio volume que o leitor tem em mãos.

O Liniers dos cadernos de viagens é o mesmo de suas tiras autobiográficas: um coelho antropomórfico. É assim que o criador se desenha nas voltas que dá pela América, pela Europa e pela Antártica, para onde vai com objetivos bem diferentes.

Às vezes, é para participar de uma feira de quadrinhos ou de uma reunião com um editor. Em outras, a intenção é visitar amigos. À Antártica, vai numa excursão para desenhar pingüins, animais recorrentes em seu trabalho. E, claro, tem o turismo familiar - quem escapa dele?

No percurso, o autor se encontra com outros criadores. No Festival de Amadora, com Bryan Talbot e Seth Fisher. No interior da Argentina, com Fontanarrosa. No Uruguai, descobre por que Maitena, sua madrinha artística, deixou de fazer mulheres alteradas. Na Antártica, outras praias, conhece o navegador brasileiro Amyr Klink.

São histórias simples, gostosas, que transmitem ao leitor o prazer e a leveza que é viajar - e a delícia que é ver o mundo a partir dos olhos de Liniers.

Nos cadernos de viagem, seus desenhos são mais simples, apressados, cujas cores são, quando existem, uma aquarela apressada. Fica claro que não foram feitos para serem publicados - apenas retocados, para preservar um pouco da privacidade.

As HQs revelam, portanto, não o Liniers que ganha a vida desenhando, e sim o Liniers que não consegue viver sem criar HQs.

Classificação:

4,0

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