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CONTAGEM REGRESSIVA # 13

2 agosto 2009


Autores: Possuído (originalmente em Countdown # 3) - Paul Dini, Sean McKeever (texto), Keith Giffen (consultor de história), Freddie Williams II (arte) e Pete Pantazis (cores);

Darkseid é morte (originalmente em Countdown # 2) - Paul Dini, Sean McKeever (texto), Keith Giffen (consultor de história), Scott Kolins (arte) e Tom Chu (cores);

Pontas soltas (originalmente em Countdown # 1) - Paul Dini (texto), Keith Giffen (consultor de história), Tom Derenick (desenhos), Wayne Faucher (arte-final) e Pete Pantazis (cores);

A origem de Amazo (originalmente em Countdown # 3) - Scott Beatty (texto), Doug Mahnke (arte) e Hi-Fi (cores);

A origem de Darkseid (originalmente em Countdown # 2) - Scott Beatty (texto), Ryan Sook (arte) e Hi-Fi (cores).

b>Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Julho de 2008

Sinopse: Superman e Órion enfrentam Darkseid de uma vez por todas. As pontas são fechadas.

E mais: a origem de Amazo e Darkseid.

Positivo/Negativo: Quando a Panini, por algum motivo, precisa acrescentar páginas às suas revistas regulares, ela aumenta o preço da publicação.

No caso de Novos Vingadores # 63, por exemplo, oito páginas extras provocaram um acréscimo de R$ 1,00 no preço de capa.

O décimo número de Prelúdio para a Crise Final, com 24 páginas extras, custou R$ 11,90 - R$ 4,40 a mais do que o preço de capa regular, o que representa um aumento de mais de 50% para um acréscimo de apenas 25% no número de páginas.

Para justificar esses valores, a editora costuma dizer que o cálculo depende de tiragem, custos de gráfica, negociações, direitos internacionais e o escambau. Nada mais justo: o cálculo para se chegar ao preço de capa de uma revista não é tão linear.

Nesse tempo todo, apenas uma regra ficou clara: se uma revista de super-heróis tem mais páginas, a editora não absorve a diferença e repassa os custos para o preço final, onerando o leitor.

Deve ser essa mesma lógica hermética que faz com que uma revista com menos páginas não tenha seu preço reduzido.

É só ver o caso desta Contagem Regressiva # 13, que tem 24 páginas a menos, mas não tem sequer um centavo descontado do seu preço de capa.

O valor não muda, mesmo que a revista tenha um caderno e meio a menos - o que costuma baratear o custo de impressão. Ou que traga uma história a menos - o que geralmente reduz gastos com licenciamento, arquivos originais, tradução, hora-homem e outros custos de produção.

Claro que, ainda assim, o cálculo de preço de capa depende de outros fatores.

Tanto é que Invasão Secreta Especial # 1 também tem 72 páginas, mesmo formato, mesmo papel, graficamente tudo igualzinho e, ainda assim, custa $ 7,00 - R$ 0,50 a menos!

Uma possibilidade seria a Panini estar enfrentando vendas baixas - e, nesse caso, teria se dado conta de que não poderia reduzir o preço sem tomar um tufo. Mas isso não dá pra saber. A editora não divulga seus números, o que, como empresa privada, é um direito que tem.

Por isso, veja bem: não é o caso de se desconfiar da Panini. Sua forma de calcular preço é uma caixa preta impenetrável, mas esse é outro direito sagrado de uma empresa privada.

Se a editora fez essa opção de não descontar o preço ao cortar mais de um caderno inteiro, mesmo que aumente o valor em quando põe mais páginas, ela há de ter um bom motivo pra isso.

Além do mais, a filial brasileira da companhia italiana tem um departamento de marketing local - e certamente está ciente de que tentar achacar o bolso do leitor e tratá-lo como idiota seria uma atitude equivocada.

De qualquer maneira, se a equipe da Panini teve boas intenções em pôr o preço na revista, ninguém vai discutir os centavos. Não é mesmo?

Já as páginas a menos têm que entrar no debate. Aliás, elas são o centro da discussão.

Explica-se: Contagem regressiva seguiu os moldes da série 52 - que publicou uma longa história ao longo de 52 semanas. Aqui no Brasil, 52 se transformou em uma minissérie em 13 partes, cada uma com quatro histórias. O cálculo, neste caso, é simples: quatro vezes 13 é igual a 52.

A princípio, Contagem regressiva também teria 52 edições lá fora. E teria 13 partes de quatro histórias aqui.

O problema é que Contagem regressiva não só foi uma série ruim de doer, mas também tomou rumos bizarros, que tinham pouca interligação com Crise Final. Pior que isso: muitas vezes, os eventos mostrados em Contagem e suas séries paralelas contradiziam o que Crise Final mostra - como é o caso das mortes de Órion e do Caçador de Marte.

Para tentar consertar um pouco a situação, a DC transformou o último número da minissérie em uma edição separada - publicada aqui como Universo DC Especial - Começa a Crise Final.

No Brasil, isso resultou em uma Contagem regressiva com 12 edições de quatro partes e uma - esta que está sendo resenhada - de três.

A história a menos é mais um dos inúmeros sinais do fracasso da DC Comics em repetir o bom resultado de 52.

Ao longo de suas edições, Contagem regressiva se mostrou uma série chata , boba, com mudanças de rumo forçadas e cheia de histórias sem sentido.

Além de afundar sozinha, a série estava interligada com outras revistas da DC - como Prelúdio para a Crise Final, O planeta dos condenados, O submundo de Gotham e até com títulos de linha. Com um toque de Midas reverso, tudo que Contagem regressiva tocou virou lixo.

Esta edição é um desfecho perfeito para uma série pífia: tem até uma destruição de Metrópolis, que é mostrada intacta em Crise Final. Órion, que já estava morto, ressurge vivo - pra morrer de novo logo mais.

Nem mesmo três boas artistas conseguem dar relevância ao texto de Paul Dini - que geralmente é um autor bacana!

Para fechar realmente em baixa, a última história da série tem o título Pontas soltas. É um grande PS. E uma boa narrativa tem a obrigação de fechar as pontas ao longo da trama, sem um recurso pífio desses. Na boa: é o tipo de HQ que causa vergonha alheia.

Claro que há problema em não ler uma porcaria dessas. Afinal, Contagem regressiva é uma série ruim, desnecessária e que pode ser ignorada tranquilamente. Aliás, ao contrário do que os departamentos de marketing tentam nos convencer, uma HQ ruim não consegue entrar no cânone das editoras nem a fórceps, simplesmente porque nenhum roteirista decente vai querer se referir a ela no futuro.

Aparentemente, a própria Panini se deu conta disso. Afinal, lançou a última edição duas semanas depois de pôr Crise Final nas bancas.

Afinal, a contagem regressiva era pra que mesmo?

 

Classificação:

4,0

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