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Demolidor – Volume 4 – Teia de mentiras

30 maio 2014

Demolidor – Volume 4 – Teia de mentirasEditora: Panini Comics – Edição especial

Autores: Mark Waid (roteiro), Chris Samnee (desenhos), Tom Palmer (arte-final), Javier Rodriguez (cores) – Originalmente em Daredevil # 19 a # 25.

Preço: R$ 18,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Abril de 2014

Sinopse

Enquanto Foggy Nelson defende Adele Santiago no tribunal pelo assassinato do chefão criminoso Victor Hierra, o Demolidor enfrenta o vilão conhecido como Coiote, o verdadeiro responsável por esse e outros crimes.

Foggy conta toda a verdade sobre seu ex-sócio Matt Murdock, alter ego do Homem sem Medo, para a promotora Kirsten McDuffie, que coloca o Homem-Aranha Superior em seu encalço.

Como parte de um plano maior de um inimigo desconhecido, o herói ainda enfrenta um misterioso adversário com dons equivalentes aos seus.

Positivo/Negativo

As questões que estavam abertas na edição anterior são progressivamente respondidas. Mas Mark Waid sabe manter a atenção do leitor e não descortina toda a situação, acrescentando novas interrogações e suspeitas na vida de Matt Murdock.

Com a entrada do Coiote, o escritor projeta dimensões surreais nas aventuras do herói, que literalmente perde a cabeça. Waid não desperdiça um dos primeiros vilões desta nova fase e amarra bem a presença dele para justificar o momento mais bizarro do encadernado.

Aparentemente, o gancho do caso Adele Santiago no tribunal é rapidamente solucionado, sem muitas articulações.

Há ainda a participação de outro personagem que já deu as caras no título, o Homem-Aranha, mas, desta vez, com a mente do Dr. Octopus, em virtude da atual saga na revista do aracnídeo, Superior. Usando o Metaloide como antagonista, a história serve como interlúdio para uma nova subtrama, na qual o amigo Foggy Nelson é o centro.

Waid também deixa um pouco de lado a promotora Kirsten McDuffie, o novo caso do protagonista, oferecendo mais espaço para o misterioso inimigo que está arquitetando a maioria dos problemas do herói cego.

Uma das brincadeiras narrativas na reta final do volume parece forçada: o que parece a velha recapitulação da origem dos poderes de Murdock se revela um novo plano do vilão oculto. Ele repete as mesmas condições do acidente passo a passo com descartáveis presidiários como cobaias, a fim de criar um adversário à altura.

Dessas experiências surge Ikari, um inimigo com os mesmos dons do Demolidor, mas com algo a mais. O resultado é mais um gancho para a próxima edição.

Dentre problemas e confrontos, Mark Waid ainda arranja um canto para o bom humor, que equilibra a proposta de oferecer leveza ao universo do personagem.

Com sua arte competente, Chris Samnee oferece bons ângulos e enquadramentos na narrativa de traços fortes, com destaque para a representação gráfica do radar do Homem sem Medo, coerente com a arte anterior de Paolo Rivera (que comparece na edição assinando algumas capas).

Demolidor de Waid ainda mantém o pique de ser um título despretensioso, inusitado e fiel ao espírito de aventura dos super-heróis. Uma boa série para acompanhar fora das revistas mix da Marvel/Panini.

Classificação

4,0

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