Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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DEZ NA ÁREA, UM NA BANHEIRA E NINGUÉM NO GOL

1 dezembro 2001

Dez Na Área, Um Na Banheira E Ninguém No GolTítulo: DEZ NA ÁREA, UM NA BANHEIRA E NINGUÉM NO GOL (Via Lettera) - Edição especial

Autores: Allan Sieber, Caco Galhardo, Custódio, Fábio Moon e Gabriel Ba, Fábio Zimbres, Lelis, Leonardo, Maringoni, Osvaldo Pavanelli e Emílio Damiani, Samuel Casal e Spacca.

Preço: R$ 38,00

Data de lançamento: Abril de 2002

Sinopse: O futebol é, disparado, a maior paixão do brasileiro. Nesta edição de 112 páginas vários artistas nacionais, reunidos por Orlando Pedroso, fazem suas homenagens ao esporte bretão utilizando suas HQs.

O álbum tem prefácio de Tostão e introdução de José Roberto Torero.

Positivo/Negativo: Pra começar, a idéia da Via Lettera de lançar este álbum às vésperas da Copa do Mundo foi extremamente feliz. Diferente da fraca Linha de Ataque (com textos de comentaristas esportivos adaptados para os quadrinhos pelos fundadores da Fábrica de Quadrinhos), lançada pela Abril em 1998, e que tencionava ser "séria", Dez na área, um na banheira e ninguém no gol seguiu outra linha, mais calcada no humor, outra tradição brasileira.

Ao ler o livro, é fácil notar que alguns dos artistas não têm a menor intimidade com o futebol, mas isso não os impediu de criar boas histórias.

Como em qualquer "seleção", o álbum apresenta pontos fortes e fracos.

As histórias que merecem destaque, que poderiam ser considerados os "craques" do time, são as assinadas por Fabio Moon e Gabriel Ba, Osvaldo Pavanelli e Emílio Damiani (que homenagearam nossos times campeões e, numa justíssima lembrança, incluíram o maravilhoso escrete de 1982), Maringoni, Samuel Casal (recentemente eleito desenhista revelação de 2001, pelo HQ Mix), Custódio, e Caco Galhardo, que fez o "golaço" da obra, numa sátira impagável às estapafúrdias mesas-redondas de domingo e aos discursos decorados dos jogadores de futebol.

Quem "deu de bico", ao menos nesse livro, foram Fábio Zimbres e Leonardo, cujas histórias estão bem aquém das demais, tanto no roteiro, quanto nos desenhos. Cartão amarelo também para Allan Sieber, autor da, inexplicavelmente, única HQ em preto e branco de um álbum que foi anunciado como tendo 112 páginas coloridas, mas tem 104!

O acabamento gráfico e o trabalho de edição da Via Lettera foram dignos da organização da Copa na Ásia, e merece todos os elogios.

Dez na área, um na banheira e ninguém no gol mostrou que é possível, sim, unir quadrinhos e futebol, apesar de muitos amantes da nona arte terem ojeriza ao esporte. Sem dúvida, um golaço de papel!

Classificação:

4,0

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