Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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DIMENSÃO DC - LANTERNA VERDE # 3

1 dezembro 2008


Autores: Terrível simetria - Ron Marz (texto), Adriana Melo (desenhos), Marlo Alquiza (arte-final) e Jason Wright (cores);

A morte de um ciborgue - Alan Burnett (texto), Patrick Blaine (desenhos), Jay Leisten (arte-final) e David Curiel (cores);

Fugindo de medo - Geoff Johns (texto), Ivan Reis (desenhos), Oclair Albert, Julio Ferreira (arte-final) e Moose Baumann (cores);

Fim de jogo - Dave Gibbons (texto), Pascal Alixe, Patrick Gleason, Angel Unzueta, Dustin Nguyen (desenhos), Prentis Rollins, Vincente Cifuentes, Rodney Ramos, Rob Hunter, Marlo Alquiza (arte-final) e Guy Major (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Novembro de 2008

Sinopse: Com a chegada da Tropa Sinestro, a Guerra dos Anéis alcançou a Terra - e envolveu até os integrantes da Liga da Justiça. Por aqui, os Lanternas Verdes conseguem dar uma boa virada no jogo.

E mais: Kyle Rayner encara Parallax em sua própria mente. E Superciborgue reconta a sua origem.

Positivo/Negativo: No final do número anterior, uma reviravolta na trama levou a Guerra dos Anéis até a Terra. Foi um movimento bombástico para uma das chamadas sagas cósmicas dos quadrinhos, que costumam ficar lá pelos confins do espaço.

Isso porque, por mais que o nome do universo ficcional da DC Comics seja Universo DC, na maioria do tempo ele mal passa de, digamos, um Estados Unidos DC. Suas tramas se desenvolvem dentro das fronteiras do país presidido por George W. Bush, e é nele que, haja umbigo, estão os seres mais poderosos do Universo.

Ou seja: se a Tropa Sinestro chegou à Terra, é porque ousou. Aqui é mais provável que o grupo tenha que enfrentar figurões como Superman, Mulher-Maravilha, Nuclear e por aí vai o rol de superpoderosos.

Para Sinestro, líder do motim amarelo, pode ser uma dor de cabeça. Para o leitor de super-heróis, muitas vezes afeito à pancadaria, tinha tudo para ser uma apoteose. Dá para imaginar: Los Angeles devastada, um monstro qualquer empunhando o Empire State como se fosse um tacape e, como a capa sugere, a Estátua da Liberdade destroçada.

Mas, vá lá, a situação não chegou nem perto disso. Nem mesmo perto da cena da capa, aliás. Na história em si, a Estátua da Liberdade é mostrada destruída, mas por uma única batalha entre Superman e Superciborgue, seu velho algoz. Contudo, não se ergueram monumentos a Sinestro nem há algum momento em que apareça toda a Liga da Justiça arrasada.

Muito pelo contrário: é na Terra que a Tropa dos Lanternas Verdes começa a revidar com mais vigor e a recuperar o terreno perdido na guerra.

O problema disso tudo está no que o andar da trama promete e o que esta revista consegue entregar.

A euforia com a chegada no centro nervoso da DC é frustrada por uma história bem aquém de seu potencial - e, de novo, do que a própria capa mostra. Geoff John e os demais roteiristas usam timidamente os recursos disponíveis para a trama - e é esse cenário é justamente um celeiro rico de heróis e possibilidades. Até mesmo a própria Liga da Justiça tem um papel discreto nos combates, praticamente restrito ao final da HQ que reconta a origem do Superciborgue.

Em vários momentos, fica a sensação de que o time criativo desperdiçou a Terra, usando-a apenas para chamar a atenção dos leitores. Na prática, fica a sensação de que essa história poderia se passar em qualquer outro recanto do Universo que daria no mesmo.

Justiça seja feita: a revista tem ótimos momentos - e continua sendo um dos melhores títulos de super-heróis nas bancas brasileiras.

Terrível simetria, por exemplo, traz um grande trabalho da brasileira Adriana Melo, artista bastante vinculada aos quadrinhos de Star Wars e, por tabela, quase inédita no Brasil. O roteiro de Ron Marz tem seus momentos piegas, mas Adriana mistura estilos discretamente e faz uma arte bonita, que dá um ar encantador à HQ.

Com metade de suas páginas dedicadas a contar mais uma vez a origem do Superciborgue, A morte de um ciborgue tem que pegar no tranco na segunda metade - e acaba sendo uma HQ fraca.

Fugindo de medo, história de Johns com a bela arte de Ivan Reis, é o foco da edição. É nela que a trama mais avança, que Kyle Rayner se liberta e que a Tropa vira o jogo.

Fim de jogo já começa mal pela "mistureba" de artistas e traços. Durante a trama, Gibbons ficou responsável por contar o que estava rolando com personagens secundários da Tropa dos Lanternas Verdes, mas suas histórias são apenas passáveis - e pouco relevantes, mesmo em um momento-chave como a Guerra dos Anéis.

É inegável que, nestes primeiros números, as muitas qualidades de Dimensão DC vêm superando seus defeitos. A Guerra dos Anéis é uma história empolgante, que faz mudanças sólidas e significativas nos Lanternas Verdes sem abusar da paciência do leitor. Daí a grande força da revista.

Classificação:

4,0

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