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ESSENTIAL DAREDEVIL - VOLUME 2

1 dezembro 2010

ESSENTIAL DAREDEVIL - VOLUME 2

Editora: Marvel

Autores: Stan Lee (roteiro), Gene Colan e Jack Kirby (desenhos) e Artie Simek, John Tartaglione, Dick Ayers, Frank Giacoia, Joe Sinnott, George Tuska, Dan Adkins, George Klein e Vince Colletta (arte-final).

Preço: U$ 16,99

Número de páginas: 568

Data de lançamento: Junho de 2004

 

Sinopse

Compilação que reúne Daredevil # 26 a # 50, Daredevil Special # 1 e Fantastic Four # 73.

Positivo/Negativo

Este segundo volume da série Essential dedicado ao Demolidor é uma grande decepção. Stan Lee exagera no clima satírico e transforma o gibi, que antes era uma série bem-humorada, num amontoado de tramas esdrúxulas e absolutamente sem graça.

O álbum abre com a edição # 26, dando sequência à infame saga do irmão gêmeo de Matt Murdock. A história se alongaria por longos 18 números, permeados por passagens absurdas que destoavam do ambiente descontraído que Lee criara anteriormente.

O que se observa é o exagero levado às últimas consequências, envolvendo o Demolidor em aventuras ridículas, que vão desde viagens a outras dimensões até uma improvável troca de corpos com o Doutor Destino. O herói chega até a combater extraterrestres, salvando o planeta de uma invasão alienígena!

Mas o pior momento é a história na qual o Demolidor se disfarça de Thor (utilizando uma roupa com músculos de borracha!), visando atrair o Cobra e Mr. Hyde.

O que não faltam são equívocos nesta fase do herói. Os roteiros de Lee são tão ruins que se refletem na arte do ótimo Gene Colan, aqui bem abaixo de seu potencial. Talvez estivesse desanimado por desenhar aventuras tão fracas.

Sorte que, após número # 41, o encadernado engrena novamente, com o Demolidor entrando em sua melhor fase sob a batuta de Lee, na magistral saga que se desenvolveria entre as edições # 42 e # 46 e apresentaria aos leitores o vilão Jester (inexplicavelmente chamado no Brasil de Polichinelo).

Ao contrário do que muitos pensam, foi Stan Lee (e não Frank Miller) quem iniciou o lado sombrio do Demolidor. Daí a relevância deste arco.

O lado dark do Homem Sem Medo foi abandonado logo após a saída de Lee do título, sendo retomado somente oito anos depois, por Jim Shooter. Posteriormente, Miller consagraria essa abordagem, que se tornaria dominante nas aventuras do herói.

Na trama de Lee (visivelmente inspirada na série televisiva O fugitivo, um grande sucesso na época), o Demolidor é incriminado e caçado de forma implacável pelas forças da lei. Bem diferente de tudo o que havia sido escrito com o personagem até então, a aventura se destaca pelo enfoque sério, ritmo acelerado e suspense de primeira. Justamente no início deste arco é que a arte de Colan ganha em qualidade.

Após esta importante sequência vem Brother, take my hand (publicada em Daredevil # 47), considerada por Stan Lee sua melhor aventura à frente do Demolidor. Trata-se de um belo conto sobre perseverança, no qual o Homem Sem Medo ajuda um cego.

Enfim, o que de fato salva este álbum são as últimas histórias, capazes de apagar um pouco a mancha das péssimas tramas iniciais, de triste memória. Mas nem mesmo gênios como Stan Lee podem acertar sempre.

Classificação:

4,0

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