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ESSENTIAL SPIDER-MAN - VOLUME 1

1 dezembro 2012

ESSENTIAL SPIDER-MAN - VOLUME 1

Editora: Marvel Comics - Edição especial

Autores: Stan Lee (roteiro), Steve Ditko e Jack Kirby (desenhos) e Steve Ditko (arte-final).

Preço: US$ 16,99

Número de páginas: 568

Data de lançamento: Março de 2006

 

Sinopse

Reimpressão das primeiras histórias do Homem-Aranha, publicadas originalmente em Amazing Fantasy # 15 e Amazing Spider-Man # 1 a # 20 e Annual # 1, de 1962 a 1965.

Positivo/Negativo

Peter Parker, um jovem franzino, tímido e impopular, ganha força e agilidade proporcionais ao de uma aranha ao ser picado por um aracnídeo radiativo. Decide, então, ganhar a vida exibindo seus poderes em espetáculos, até que seu Tio Ben é morto por um assaltante.

A revelação: o assassino era justamente um homem que Peter deixara escapar depois de um assalto, por não se importar com o mundo que o desprezara.

A partir daí, ele aprende o valor da responsabilidade e passa a usar seu dom para combater as forças do mal e defender a justiça. Assim nasce o Homem-Aranha.

Essa história está entre as mais conhecidas do mundo dos quadrinhos e, por conta das adaptações cinematográficas, de toda a cultura pop. A criação máxima de Stan Lee e Steve Ditko marcou uma revolução entre os super-heróis dos gibis, humanizando seu mito e aproximando-os como nunca dos jovens leitores.

Essential Spider-Man é a série de encadernados impressos em preto e branco por um preço acessível que reúne todas as aventuras do personagem em ordem cronológica, numa imperdível viagem aos primórdios da Marvel.

Numa época em que os quadrinhos de super-heróis não se importavam muito com desenvolvimento de personalidades e relações pessoais, Stan Lee e Jack Kirby mudaram para sempre a face de suas histórias com o que seria conhecido como Universo Marvel.

Os criadores Investiram em problemas mais humanos para esses defensores da justiça, fazendo do Quarteto Fantástico a nova referência no gênero. Mas com o Homem-Aranha o impacto foi ainda maior, justamente pelo aspecto da identificação do publico com o personagem.

Steve Ditko foi selecionado no lugar de Kirby por conta de sua habilidade ao representar um visual mais esquálido, fundamental para o Cabeça de Teia. E Peter Parker era mesmo como um garoto qualquer, apesar do gênio científico.

Quando ganha seus poderes, ele não quer saber de nada além de dinheiro, e é preciso uma grande tragédia para levá-lo a trilhar o caminho do herói. Lee sempre imprimiu muito dinamismo, ação e bom humor a seus roteiros, e as histórias deste volume resistem bem ao teste do tempo.

O grande barato dessas HQs iniciais, que diferenciava o Aranha dos demais super-heróis, era a mescla de aventura e confrontos com vilões com a vida de colegial de Parker, seus envolvimentos amorosos e a relação com a tia May.

Peter foi um personagem muito bem construído, cheio de inseguranças e frustrações, cujos poderes podiam ser entendidos tanto como uma dádiva quanto uma maldição, e que descarregava tudo nos bandidos. Enquanto os inimigos mudavam de uma edição para outra, as tramas mais pessoais se estendiam ao longo dos meses, como numa novela.

Mary Jane Watson, grande amor da vida do herói, com quem ele chegou a se casar em 1987 - enlace que teve seu fim por meio de um pacto com Mefisto odiado pelos fãs - ainda não dá as caras neste volume. A presença dela é anunciada apenas num encontro às escuras que ela acaba adiando, o que aumenta o suspense para sua chegada.

A namorada de Peter aqui ainda era Betty Brant, secretária do Clarim Diário. E o emprego do jovem aracnídeo como fotógrafo do jornal rende momentos marcantes, sobretudo por conta do patrão J. Jonah Jameson, sempre atacando o herói em seus editoriais.

Grandes vilões fizeram sua estreia nessas aventuras: Dr. Octopus, Kraven, Homem-Areia e Duende Verde. Este último surge cercado de mistério, dando mostras de que não seria só mais um bandido fantasiado.

Como Stan Lee articulava todo um universo interligado de personagens, há participações especiais do Hulk, Demolidor e Quarteto Fantástico, com o início da rivalidade com o Tocha Humana.

A vida do Homem-Aranha sempre foi marcada pela tragédia, mas as histórias balanceavam bem esse elemento dramático com boas piadas e doses de romance.

Assim, décadas após sua publicação original, o trabalho de Lee e Ditko continua influenciando gerações de artistas e emocionando leitores de todas as idades, com uma força poucas vezes vivenciada nos quadrinhos. Se hoje roteiristas e desenhistas fazem pouco além de reviver o passado, nada melhor que visitar a fonte das ideias.

 

Classificação:

4,0

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