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FÁBRICA DE QUADRINHOS

1 dezembro 2001

Fábrica de QuadrinhosTítulo: FÁBRICA DE QUADRINHOS (Devir Livraria) - Edição especial (formato álbum)

Autores: Adão Iturrusgarai, Alexandre Jubran, Alexandre Starling, André Kitagawa, André Vazzios, Artur Fujita, Caco Galhardo, Davi Calil, Edde Wagner, Eduardo Ferrara, Eduardo Francisco, Eduardo Schaal, Evandro Gregório, Fábio Moon, Fernando Gonsales, Gabriel Ba, Gualberto Costa, Hermes Tadeu, Ivan Reis, Jal, Joe Bennet, Joe Prado, José Márcio Nicolosi, Júlio Ferreira, Lélis, Lourenço Mutarelli, Luke Ross, Marcelo Campos, Marcelo Caribe, Marcello Gaú, Mozart Couto, Octavio Cariello, Osvaldo Pavanelli, Ricardo Piologo, Ricardo Riamonde, Rodrigo Piologo, Roger Cruz, Rogério Vilela e Spacca.

Preço: R$ 45,00

Data de lançamento: Outubro de 2001

Sinopse: Este primeiro álbum da Fábrica de Quadrinhos traz várias histórias curtas e pin-ups, dos personagens criados pelo Estúdio/Escola, assinadas por grandes nomes dos quadrinhos nacionais.

Quebra Queixo perde a perna esquerdaPositivo/Negativo: Reunir vários artistas, de estilos tão díspares, num mesmo álbum, retratando os personagens da Fábrica foi, sem dúvida, uma ótima idéia. O resultado foi um verdadeiro show, no que tange à arte do álbum. Alguns roteiros, no entanto, não acompanham o excelente nível dos desenhos.

Isso é muito comum em trabalhos como este, de coletânea. É difícil se alcançar uma uniformidade. Assim, roteiros mais "cabeças" dividem espaço com alguns fracos e outros mais claros, objetivos e até divertidos. Neste álbum, as histórias que se destacam são Mentiras são contadas em julho (roteiro de Rogério Vilela e arte de André Kitagawa); Um dia como outro qualquer (roteiro de Marcelo Campos e Octavio Cariello e desenhos de vários artistas), uma divertida aventura do Quebra Queixo; e Ser Humano (roteiro de Rogério Vilela e Marcelo Campos).

Mas na página seguinte aparece primeiro com as duas pernas...Um ponto altamente positivo do álbum foi a idéia dos autores de colocar comentários dos roteiristas e, principalmente, dos artistas e coloristas, que explicavam as técnicas que adotaram nos trabalhos. Algo muito útil para artistas iniciantes. Também ficaram legais as sugestões de músicas para serem ouvidas durante a leitura das histórias.

A qualidade gráfica de Fábrica de Quadrinhos merece todos os elogios, pois poucas vezes o mercado brasileiro presenciou algo de tal requinte. Desde a capa até a impressão, tudo está impecável.

... e depois sem a direita!O setor de pin-ups também foi uma grande sacada. Afinal, ver desenhistas como Lourenço Mutarelli, Adão Iturrusgarai, Osvaldo Pavanelli e Fernando Gonsales e outros fazendo os personagens da Fábrica foi algo tão inusitado quanto bacana.

Quanto aos pontos negativos, eles começam com um incômodo "excessão" (o correto é exceção), na página 31, e passam por outros erros de revisão, como aparições de arte-final com e sem hífen, falta de alguns acentos e problemas de concordância. Em um álbum de tamanho requinte gráfico e preço elevado, esses equívocos são injustificáveis.

Há também erros nos créditos de dois artistas: Alexandre Starling, do Estúdio Big Jack, que é citado como "Sterling", na história do Quebra Queixo; e Marcello Gaú, que fez a pin-up dos Canibytes, que apesar de assinar seu trabalho, teve seu nome escrito com apenas um "l",

Mas é na história do Quebra Queixo que está a grande mancada deste álbum. Na página 85 (desenhada por André Kitagawa), o personagem perde a perna esquerda. Na seguinte (com arte de Eduardo Ferrara), entretanto, ele primeiro aparece com as duas pernas inteiras; e alguns quadrinhos depois, sem a direita (veja as imagens)!

Pra piorar, o erro na "troca das pernas amputadas" permanece até o final da história, quando Quebra Queixo é restaurado. Fica o "puxão de orelhas", para que haja um trabalho de edição mais apurado nos próximos álbuns da Fábrica.

Classificação:

4,0

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