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FANTASMA # 1

1 dezembro 2003


Título: FANTASMA # 1 (Editoractiva) - Edição especial

Autores: Ben Raab (roteiro) , Fernando Blanco (desenhos) e Paul Mounts (desenhos).

Preço: R$ 4,50

Número de Páginas: 48

Data de lançamento: Outubro de 2003.

Sinopse: As florestas da mítica Bangala tornaram-se rota do tráfico internacional de armas. O Fantasma, Capeto e o garanhão Herói contam com o apoio de Diana Palmer e a Patrulha da Selva para combater uma rede internacional de fomentadores de golpes de estado, que se vale dos serviços da perigosa La Castellana, a assassina.

Positivo/Negativo: Desde meados da década de 1990, quando a Editora Saber publicou uma caprichada minissérie produzida pela Marvel, não havia em bancas brasileiras uma aventura em cores do senhor das florestas de Bangala.

Coube à Editoractiva e à Opera Graphica a iniciativa de produzir uma graphic novel, em formato americano, para apresentar a criação de Lee Falk, numa edição mais bem-cuidada, para toda uma nova geração que não costuma (infelizmente) ler HQs em preto e branco.

Esta HQ não irá decepcionar antigos leitores do Fantasma. O roteiro de Ben Raab explora elementos que fizeram a fama do personagem: muita correria, tiroteio, piratas modernos, um mentor intelectual de crimes que beira o patético, aquela mulherada desinibida, uma linda e sensual assassina, selva, cachoeiras, Capeto, o cavalo Herói e, claro, a patrulha da selva.

Há aqui e ali um ou outro dado novo, isto é, uma ironia sobre certas características do personagem que o tornaram paradigmático para o universo das HQs. Um bom exemplo disto é a brincadeira com a caverna de um certo mascarado que, paradoxalmente, não possui, em seu interior, os mais sofisticados meios de comunicação.

Evidentemente, a piada se refere ao Batman, o mais famoso "filho" do Fantasma, o herói high-tech por excelência. Afinal, enquanto o vigilante de Gotham tem o bat-sinal e o batmóvel, o Espírito-que-anda lança mão da comunicação por tambores e monta o Herói!

O Fantasma é um personagem arcaico, relíquia de uma época perdida, movida pelo gosto do exotismo e por um certo olhar preconceituoso para com a África e a Ásia. Talvez seja esta razão que torna, nos dias de hoje, estas HQs tão divertidas.

O romantismo ingênuo deste verdadeiro clássico destaca-o em meio a toda uma produção contemporânea que, com raras exceções, combinam muita pretensão artística e roteiros nada criativos.

Merece destaque para a chamativa capa pintada pelo talentoso brasileiro Mozart Couto. Agoa, a esperança para o próximo número desta HQ é por um desenhista mais inspirado e roteiros ainda mais irônicos.

Classificação:

4,0

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