Autores: Frank Miller (texto), Jim Lee (desenhos), Scott Williams (arte-final) e Alex Sinclair (cores).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Abril de 2007

Sinopse: Robin chega à Batcaverna.

Enquanto isso, Alfred avisa a Batman que Vicky Vale corre risco, o que faz o Homem-Morcego chantagear um certo encapado de Metrópolis.

Positivo/Negativo: Paira no ar uma certa dúvida a respeito da natureza desta edição: ela é uma revista ou um pôster? Afinal, a cena em que Robin desembarca na Batcaverna é representada por Jim Lee em uma página sêxtupla. Sim: sêxtupla. Com praticamente o mesmo tamanho e formato de papel usados para homenagear as garotas do mês em publicações eróticas.

A bem da verdade, na época em que saiu, a arte quase provocou orgasmos em alguns fãs. Mesmo alguns que, desde cedo, estavam cientes de que Grandes Astros - Batman & Robin era um lixo chegaram a elogiar. Dizia-se que o trabalho de Jim Lee era fenomenal. E que, apesar de Frank Miller, merecia "cofre", gíria usada para determinar que algumas revistas merecem mais cuidado e carinho do que outras.

O pôster e a reação que provocou se somam às inúmeras pistas de que Frank Miller não está escrevendo o pior trabalho de sua carreira por acaso. A hipótese foi levantada pela quadrinhista e comentarista Shaenon Garrity: ela defende que o autor está debochando dos fãs.

Para isso, ele estaria colecionando os clichês mais desejados pelos fãs e os reunindo numa única série. Daí a explicação para o Batman hiperviolento, para o improvável batmóvel que vira avião e submarino, para a escolha de Jim Lee como artista e até mesmo, no caso desta edição, para a imagem da batcaverna com diversos carros, algumas naves e trajes de samurai.

A edição brasileira da Panini segue a brincadeira de Miller. Na capa, a editora destaca, com duas exclamações: "Exclusivo! Incrível página sêxtupla da batcaverna!".

Os fãs, excitados, compram a revista. Deixam de lado os critérios que diferem as histórias boas das ruins e seguem os instintos ao encontro de seus fetiches.

Não importa que, na edição anterior, Superman
tenha dado sinais de que estaria indo a Gotham acertar as contas com Batman
e que, de repente, seja localizado por Alfred no Planeta Diário - e isso
só para ficar em um dos erros toscos. O relevante é que a edição vem com
uma página que se desdobra e que faz os leitores babarem.

Mais uma vez, é preciso repetir: se fosse apenas pela HQ em si, esta revista ganharia uma retumbante nota zero. Ela é um grande lixo sem sentido. Mas Grandes Astros - Batman & Robin é mais do que isso: é uma das mais contundentes críticas ao mercado de quadrinhos norte-americano dos últimos anos.