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HELLBLAZER # 4

1 dezembro 2001

Hellblazer #4

Título: HELLBLAZER # 4 (Brainstore) - Revista mensal

Autores: Garth Ennis (roteiro) e John Higgins (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de Páginas: 24

Data de lançamento: Abril de 2003

Sinopse: Filho do Homem - Parte 4 de 5 - O pequeno e endemoniado Ronnie provocou uma verdadeira guerra entre as facções do crime organizado. Não contente com isso, ordenou o assassinato de seu tio Norman Cooper.

Salvo por Constantine e Chas, Norman revela as atividades do demônio durante os últimos anos. O cerco se fecha quando os três são capturados por Gestapo e levados à presença da criatura do Inferno.

Positivo/Negativo: Demorou, mas saiu. Foram quatro meses de atraso (se levarmos em consideração apenas as datas do expediente), mas a Brainstore mantém a sua promessa de jamais deixar um arco de histórias incompleto (exceto pela, já esquecida, minissérie Cyberella, de Howard Chaykin, pela qual, convenhamos, ninguém deu a mínima!). Assim, o arco Filho do Homem chega ao seu penúltimo capítulo.

Garth Ennis consegue um ótimo efeito de "respiração suspensa", aguçando ao máximo a curiosidade pelo desfecho, prometido para breve. O humor negro continua, mas agora o clima pende mais claramente para o horror, conforme o leitor vai sendo informados das atividades sinistras do pequeno Ronnie e começa a compreender melhor seus planos.

Merece destaque uma seqüência que ganhou força exatamente por sua sutileza: a conversa de Constantine com o padre Rick, nas páginas 11 a 13. Sem mostrar nada de explícito, o diálogo multiplica a sensação de pesadelo e ameaça iminente de forma muito mais profunda do que qualquer desenho repugnante poderia. Independente do talento de Higgins para imagens aterradoras.

E, a julgar pelo fim do capítulo, pode-se esperar por muita coisa repugnante no episódio final. Banhos de sangue e entranhas demoníacas suficientes para saciar até o mais fanático fã de Evil Dead. Ennis é realmente um autor que vê a vida com bons olhos.

Apenas uma coisa desagradável: a seqüência com Constantine transando com a vizinha lésbica (iniciada na edição anterior) parece não ter a menor função na trama, a não ser dar margem a algumas tiradas machistas. Ao menos o discurso da moça, no capítulo 3, é interessante e oferece alguns motivos para reflexão, mas o desfecho acaba fazendo tudo parecer uma grande piada, totalmente deslocada do restante do roteiro.

Às vezes, Ennis exagera na sua tendência de alfinetar o politicamente correto e acaba caindo na grosseria, no caso, totalmente gratuita. Merece meio ponto a menos na nota total da HQ.

A edição da Brainstore mantém o nível de qualidade e elimina os erros de português das anteriores. Ainda nos brinda com uma foto do cantor Sting vestido a la Constantine, deixando bem claras as semelhanças entre ambos. Muito simpático.

Pena que a revista agora está um real mais cara. Na segunda capa há um texto com a explicação dos motivos do aumento e um pedido sincero de desculpas dos editores. Infelizmente, isso não faz com que o bolso doa menos.

Classificação: - Rodrigo Emanoel Fernandes

 

Classificação:

4,0

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