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HELLBLAZER #6

1 dezembro 2003


Título: HELLBLAZER # 6 (Brainstore) - Revista mensal

Autores: Warren Ellis (roteiro) e John Higgins (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de Páginas: 24

Data de lançamento: Junho de 2003

Sinopse: Assombrado - Parte 1 de 6 - Lendo o jornal da manhã, John Constantine fica sabendo que uma antiga namorada foi morta em circunstâncias brutais. É o bastante para dar início a uma investigação por conta própria, que vai acabar levando-o a mais uma aventura macabra.

Positivo/Negativo: Estréia de Warren Ellis (roteirista de Transmetropolitan, Authority e Planetary) em Hellblazer. Ele permaneceu no título por um curto período de tempo, apenas dez edições.

Segundo o extinto (mais ainda online) site Hellblazer Brasil, o motivo de sua saída foi que uma de suas histórias, Shoot, "bateu de frente" com um dos momentos mais apreensivos pelos americanos, quando alguns jovens, portando armas, fizeram um verdadeiro massacre, em 20 de abril de 1999, no Colégio Columbine.

Mesmo tendo sido escrita bem antes, quando ia ser lançada, foi negado o direito de publicação por ser quase sobre o mesmo assunto: armas de fogo em escolas de adolescentes. Na época, a DC/Vertigo propôs mudanças no roteiro da história, o que Ellis desaprovou totalmente e apressou sua decisão de deixar o título.

Será interessante a oportunidade de acompanhar essa curta fase da vida de John Constantine, e especular sobre os possíveis rumos que a série seguiria se não fosse esse patético ato de autocensura da DC.

Felizmente, como é comum nesses casos, Shoot acabou se tornando um cult, uma história muito mais célebre do que teria sido se fosse publicada normalmente. Quem tiver interesse em conhecer o episódio, poderá encontrá-lo online (completo e devidamente traduzido) no Hellblazer Brasil.

Quanto ao arco que se inicia no presente número, ainda é cedo para fazer qualquer avaliação. A história é pouco mais que um prólogo, mas contém elementos interessantes o suficiente para garantir a vontade de ler os próximos capítulos.

É curioso notar que, até o momento, as caracterizações de ambientes e personagens remetem tanto à fase de Garth Ennis quanto à de Jamie Delano. O exotismo de alguns coadjuvantes lembra muito os amigos excêntricos que Constantine tinha na primeira fase da revista. São rumos que valeria a pena o novo autor explorar mais a fundo.

Os desenhos de Higgins melhoraram muito em relação ao arco anterior, Filho do Homem. Tornaram-se menos caricaturais e mais dramáticos, o que se adapta melhor à prosa de Ellis, consideravelmente mais séria do que a comédia macabra de Ennis.

Mas o destaque mesmo vai para a estréia de Tim Bradstreet como capista da série. Ele é bastante conhecido entre os fãs de RPG pelo seu trabalho com Vampiro: A Máscara. A Brainstore não perdeu tempo e publicou uma pequena matéria sobre o artista na última página da edição. Só faltou mencionar que a falecida editora Tudo em Quadrinhos já havia publicado (indevidamente) a atual capa no número 13 de sua revista mensal.

Classificação:

4,0

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