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HITMAN #9

1 dezembro 2003


Título: HITMAN # 9 (Brainstore) - Revista mensal

Autores: Garth Ennis (Roteiro) e John McCrea (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de Páginas: 52

Data de lançamento: Agosto de 2003

Sinopse: Quem ousa, vence! - Partes I e II: Logo de cara, ocorre a mãe de todos os tiroteios que Gotham já presenciou! Tommy e o Senhor Boné não serão apenas espectadores espertos do show.

No capítulo seguinte, Sean, o refém dos soldados ingleses, está no centro de discussões que levam os personagens a fazerem perguntas pouco usuais!

Positivo/Negativo: É surpreendente a evolução desta publicação da editora Brainstore! E, condizente com o que foi afirmado, este colaborador do Universo HQ dá a mão à palmatória: o trabalho de John McCrea acompanhou o desenvolvimento dos roteiros de Garth Ennis. Neste número especialmente, os desenhos melhoraram tanto para as seqüências de ação, como para aquelas dos diálogos e, conseqüentemente, tornaram-se peças fundamentais na leitura desta HQ.

Ennis, como poucos no mundo dos quadrinhos, consegue, mais uma vez, divertir sem subestimar a inteligência dos leitores.

Há, na série Hitman, humor cafajeste, aventura nada épica, violência absurda, erotismo patético e, em especial neste número 9, diálogos extremamente inteligentes. O tom desta edição é eminentemente trágico: de maneira nada piegas, Ennis lança seus anti-heróis a um destes conflitos limites que despertam um questionamento fundamental, isto é, vale a pena prosseguir surfando em tantas ondas recorrentes do caos?

Que o leitor não espera lágrimas e palavras definitivas sobre a fragilidade humana. Os artistas responsáveis por esta HQ não estão preocupados em doutrinar ninguém, mas sim em provocar uma reflexão pelo menor método possível. E não há melhor caminho, desde os tempos de um guerreiro chamado Platão, do que provocar a seguinte pergunta: Por quê?

Com todos os diabos, por que devemos obedecer a ordens e não podemos questionar ou sermos incoerentes?

Tais questões permeiam esta aventura de Hitman, sem aborrecer o leitor. Trata-se de colocações de que Ennis lança mão para dar maior densidade dramática a conflitos que não se resumem a uma enxurrada de balas aqui e ali! Preste atenção na bronca que Tommy dá no Padrinho!

Fique atento ao conteúdo do flash-back que faz os soldados ingleses voltarem à guerra dos anos 90. Velhos esquemas maniqueístas ou dualistas para uma narrativa são aqui questionados com grande talento!

Como diz aquela música do Ira! : Ninguém precisa da guerra!

Classificação:

4,0

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