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HOMEM-ARANHA # 75

1 dezembro 2008


Autores: Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - Peter David (roteiro) e Todd Nauck (desenhos);

O Sensacional Homem-Aranha - Roberto Aguirre-Sacasa (roteiro) e Sean Chen (desenhos da primeira história) e Angel Medina (desenhos da segunda história);

O Espetacular Homem-Aranha - J. M. Straczynski (roteiro) e Ron Garney (desenhos).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Março de 2008

Sinopse: O Sensacional Homem-Aranha - Enquanto Peter se recupera do violento ataque do Rino, a Gata Negra vai atrás do vilão para fazê-lo pagar pelo que fez. E ainda: outra pessoa vestida de Homem-Aranha começa a combater o crime, mas se dá muito mal. Agora o verdadeiro herói precisa descobrir de onde surgiu esse imitador.

Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - O Homem-Areia tenta soltar um presidiário e, enquanto isso, Peter tem que se adaptar à sua nova vida.

O Espetacular Homem-Aranha - A Tia May foi baleada e Peter ficou furioso. Com sede de vingança, ele sai pela cidade quebrando cabeças atrás da informação que revelará quem armou isso contra a sua família.

Positivo/Negativo: O Homem-Aranha é um personagem excelente, tem muitos fãs e uma cronologia que, apesar de extensa, tem sua maleabilidade. Ele certamente tem material de sobra para ótimas histórias. Por isso, chega a saltar os olhos o fato que o mix de sua revista brasileira é, quase sempre, no máximo mediano.

Talvez para o mercado americano funcione ter três títulos mensais do Homem-Aranha, além de várias minisséries, uma vez que o leitor pode optar por seguir uma ou outra que mais o agrade. Agora, quando todas essas revistas se juntam em uma só, não há outra escapatória: o personagem sofre pelo excesso de títulos, o que prejudica a qualidade das histórias.

Além do fato de, muitas vezes, uma ou outra revista cair nas mãos de equipes criativas fraquíssimas e de que, cedo ou tarde, começa a faltar enfoque para diferenciar Sensacional Homem-Aranha de Espetacular Homem-Aranha, esses títulos acabam sofrendo com pequenas incoerências cronológicas.

Nos últimos anos, os principais fatos da vida do herói acontecem em O Espetacular Homem-Aranha. Nesta edição, por exemplo, Straczynski está amarrando a história do tiro que a Tia May leva à motivação de Peter em voltar a usar o uniforme negro.

É uma história bem legal. Com um desenho aceitável e um ritmo narrativo competente. Chega a ser chocante ver Peter agindo sem uniforme em boa parte da revista e atacando violentamente bandidos para arrancar deles informações. Os leitores mais fanáticos podem levantar até um furo do roteirista no final, mas acaba sendo um detalhe relevável no contexto geral.

Para quem não pensou nessa questão: Peter vai até um prédio abandonando onde teria guardado um uniforme negro por precaução. Chegando lá, o traje está preso à parede em uma das famosas mochilas de teia que, como todos sabem, dissolvem em uma hora e não poderiam ficar ali tantos anos.

Enquanto isso, nos outros títulos, o leitor vai sabendo de forma bastante abrupta dos fatos que são lentamente trabalhados e justificados nessa revista principal. Exemplo: até o momento não foi falado como fica a situação de Peter e sua família depois que ele virou um fora-da-lei. Em Sensacional Homem-Aranha e Espetacular Homem-Aranha, eles estão escondidos em um motel. Já em Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança, o alter ego do herói já é um sem-teto e aceita virar colega de quarto de Flash Thompson.

Aliás, sobre o título escrito por Peter David: é impressionante como a trama está cada vez mais sem propósito. Além de Peter estar trabalhando disfarçado de Ben Reilly como professor de educação física, continua aquela história das versões de outra dimensão do tio Ben, uma vez que o amigo do Homem-Areia está na cadeia justamente acusado de matar uma delas que havia sobrado por aí.

O desenho é comum, a trama geral é confusa e o ritmo é chato. Ou seja, é um título que a Marvel poderia facilmente encerrar, para o bem do personagem.

Completando a revista, o título comandado por Roberto Aguirre-Sacasa também ajuda a derrubar a qualidade. A primeira história tem o péssimo trabalho de Sean Chen nos desenhos. A trama, apesar de trazer a Gata Negra e o Puma, dois personagens interessantes do universo do Aranha, não empolga. A moça sai atrás do Rino, como se estivesse fazendo um grande favor a Peter, mas quando o encontra acaba só conversando com o vilão.

A segunda aventura melhora um pouco, principalmente para quem curte o estilo de Angel Medina, que retoma o desenho da série. Contudo, a trama é bem estranha. Tem alguém dando a pessoas os poderes e o uniforme do Homem-Aranha, mas, passado um tempo, esses "dublês" começam a virar aberrações. O jeito é esperar para ver no que isso resultará.

Classificação:

4,0

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