Autores: Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - Peter David (roteiro) e Todd Nauck (desenhos);

O Sensacional Homem-Aranha - Roberto Aguirre-Sacasa (roteiro) e Lee Weeks (arte);

Família Homem-Aranha - Paul Benjamin (roteiro) e Vasilis Lolos (arte);

Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança Anual - Peter David (roteiro), Ronan Cliquet (desenhos da primeira história) e Colleen Doran (arte da segunda história);
Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Julho de 2008

Sinopse: O Sensacional Homem-Aranha - Eddie Brock está no final da vida por causa do câncer e mentalmente perturbado com imagens do simbionte. Quando descobre que a tia e a esposa de Peter Parker estão no mesmo hospital que ele, se vê em um grande dilema entre a vingança e o novo rumo que escolheu para sua vida.

Enquanto isso, Peter busca a ajuda da Madame Teia para falar com a tia May.

Família Homem-Aranha - Um aluno de Connor está estudando a maior criação do professor: o Lagarto.

Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança - Ero está com Flash Thompson e se Peter não os encontrar a tempo, ela o usará como hospedeiro para uma nova ninhada de aranhas místicas.

Na redação do Clarim Diário, Joe Robertson e J.J. Jameson têm uma séria discussão sobre continuar atacando o Homem-Aranha, mesmo agora que sabem que ele é Peter Parker.

Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança Anual - Descubra a verdadeira história de Flint Marko, sua relação conturbada com o pai e os primeiros confrontos com o Homem-Aranha. Ainda: nem um super-herói pode salvar todos aqueles que os admiram.

Positivo/Negativo: Depois que Brock vendeu o simbionte alienígena para o Escorpião, ficou pendente o seu destino final. É tida como certa a sua morte, mas como estamos nos quadrinhos de super-heróis...

Esse arco de O Sensacional Homem-Aranha parece que vai preencher essa lacuna. Pena que a história tão chata. As conversas com o simbionte, que se passam na mente perturbada de Brock, não envolvem o leitor; e vê-lo nesse estado deprimente, à beira da morte, não funciona para a proposta de criar um suspense.

O que o leitor pode esperar para a próxima edição? O duelo entre um moribundo e uma comatosa? Pior: considerando que a comatosa é a eterna sobrevivente tia May, é capaz de ela ganhar a batalha.

Para não dizer que nada salva, Lee Weeks tem feito um ótimo trabalho na arte. Tanto as alucinações com o simbionte quanto as cenas com o Peter no uniforme negro estão muito boas.

Parece que grandes roteiristas sempre deslizam em algum ponto e, muitas vezes, seus fãs têm dificuldade de aceitar isso. Mas o fato é que Peter David, aparentemente, não tem nada a acrescentar para as HQs do Homem-Aranha.

Nesta edição, mais da metade do mix está nas mãos dele, com uma história de Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança Anual e a continuação da série mensal do mesmo título.

E não há nem muito o que falar. Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança começou na época em que Peter estava morrendo e renascendo, no arco O Outro. Nessa fase, Peter David não tinha autonomia, pois estava sendo contada uma grande história espalhada pelas três revistas mensais do herói.

Terminada essa fase, David centrou seu título no colégio em que Parker e Flash estudaram e começou a contar uma história sem sentido atrás da outra. Essa é mais uma delas.

Ero é um amontoado de aranhas que veio matar Peter. Basicamente, ela tem a mesma função de Morlun no arco O Outro; a única diferença é que a vilã quer "engravidar" Flash.

A verdade é que a Marvel teima em manter mais títulos do personagem do que pode garantir a qualidade. O resultado é isso!

No anual do mesmo titulo, David decidiu contar a história do Homem-Areia, desde a sua tenra infância. Antigamente, em uma ou duas páginas Stan Lee introduzia um novo vilão como o Homem-Areia; e isso era perfeito. Se precisasse acrescentar novos detalhes, ele fazia isso nas outras aventuras em que o personagem aparecesse.

Hoje, a falta de idéias para novas tramas leva os roteiristas a explorar essas brechas e contar detalhes que, na maioria das vezes, não acrescentam nada. Mas Peter David se superou na ruindade dessa HQ: ele tentou ligar Flint Marko à areia desde a infância!

Além de essa tentativa de esboçar uma predestinação ao acidente que o transformou em supervilão ser um clichê gigantesco, David deu forçadas inacreditáveis. Ele começa contando como o pequeno Flint gostava de fazer castelos de areia e esculturas. Depois, parte para uma baboseira sem tamanho: para não apanhar mais dos valentões, o garoto fica observando os movimentos da areia e da água do mar e, de repente, desenvolve técnicas de briga que transformam o fracote no chefe das gangues do colégio. O leitor podia passar sem essa.

O que diferencia o anual da mensal é o desenhista. Ronan Cliquet é bem superior a Todd Nauck e ajuda um pouco a revista.

Agora, o que salva o mix nacional são duas histórias curtas que provavelmente foram colocadas para tapar buracos.

Uma delas, do Lagarto, saiu da sensacional e descompromissada Família Homem-Aranha, que traz histórias curtas de personagens do universo do Aranha. Os desenhos são do excelente artista grego Vasilis Lolos, que tem um trabalho alternativo interessante e recentemente ganhou o Eisner pela antologia 5.

A outra história curta foi publicada em Homem-Aranha - Amigão da Vizinhança Anual, também com roteiro de Peter David, mas funciona graças - veja só - à grande simplicidade e à arte excelente de Colleen Doran.

A trama é uma versão atualizada do clássico O Garoto que colecionava Homem-Aranha. Neste caso, é uma garota de rua que guarda recortes de jornal do herói e está à beira da morte no frio. Peter é até representado com o uniforme clássico para dar mais peso para a HQ.

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