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HOMEM-ARANHA ESPECIAL

1 dezembro 2001

Homem-Aranha EspecialTítulo: HOMEM-ARANHA ESPECIAL (Panini Comics) - Edição especial

Autores: J. Michael Straczynski (argumentos), John Romita Jr. (desenhos) e Scott Hanna (arte-final).

Preço: R$ 2,50

Data de lançamento: Setembro de 2002

Sinopse: 11 de setembro de 2001. Homem-Aranha se depara com as torres do World Trade Center no chão, poeira tomando conta das ruas e a população fugindo desesperada.

Os super-heróis se juntam aos policiais e bombeiros ajudando a retirar escombros e a procurar sobreviventes. Enquanto vê tudo o que está acontecendo ao seu redor, o Homem-Aranha se pergunta o motivo daquilo estar acontecendo, e como se recuperar.

Positivo/Negativo: Não é nem preciso dizer que essa é uma revista diferente. Não espere coerência, nem respeito pela cronologia. É uma edição singular, para um momento específico da história recente.

Quando a trama foi produzida, o mundo ainda viva sob a tensão e o impacto dos atentados. Os americanos, então, nem se fala. O patriotismo nunca esteve tão vivo, seja na TV, rádio ou mesmo nas ruas. Straczynski não faz segredo sobre como a idéia surgiu. Foi de madrugada, e colocou tudo no papel em menos de uma hora. Escreveu sob a emoção do ocorrido.

A história chega a surpreender por não possuir mensagens mais nacionalistas, como seria o esperado. O autor fez questão de pregar a igualdade entre todas as pessoas, não disseminando preconceito por uma religião ou um determinado povo pelos ataques.

Mesmo assim, algumas cenas parecem muito forçadas, principalmente ao mostrar Dr. Destino com lágrimas nos olhos e Magneto lamentando o ocorrido. Logo os dois, que não hesitariam em destruir toda a cidade (e até mais), como já foi visto em aventuras antigas. Ou ninguém se lembra que o Mestre do Magnetismo prega a extinção da raça humana (limpeza étnica, no melhor estilo Hitler) para os mutantes governarem a Terra? Duro de engolir...

E como explicar que os heróis não chegaram ao local segundos após o primeiro avião colidir com o World Trade Center?

Mas, como foi dito, não espere esse tipo de coerência. Não é a função dessa edição. Não era a intenção fazer uma trama para entrar na lista das melhores já produzidas. O objetivo dela foi mostrar os sentimentos e questionamentos que os americanos estavam tendo naquele determinado momento. E ajudar um pouco a Marvel ter mais destaque, claro.

Uma edição voltada para eles mesmos, e que, por motivos óbvios, não tem o mesmo "sentimento" em outros países, tanto por já ter se passado um ano, quanto por serem culturas e sociedades diferentes, com uma vivência própria.

Os desenhos de Romita Jr. continuam muito bons. Sem dúvida, já deixou sua "marca" no Homem-Aranha depois de todo esse tempo ilustrando as aventuras do herói. Destaque também para a bela coloração de Dan Kemp.

Por sua vez, a Panini soube aproveitar muito bem o momento. Publicou numa revista separada e barata, como tinha que ser, ganhou destaque na mídia e ainda colocou um preview de cinco páginas da nova fase do Capitão América, que também traz referências ao atentado, e pode chamar mais leitores para suas publicações.

Mas a nova fase do Capitão já é assunto para outro review!

Não deixa de ser interessante conferir.

Classificação:

4,0

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