Título: ISAAC O PIRATA (Conrad
Editora) - Edição especial

Autor: Christophe Blain (texto e arte).

Preço: R$ 39,00

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Setembro de 2005

Sinopse: Isaac é um pintor com pouco dinheiro no bolso, mas bastante promissor. Aos poucos, ele vai se endireitando na vida, o que permite que nutra esperanças de se casar com a noiva, Alice, com quem namora desde os 16 anos.

Um dia, o desavisado artista recebe uma proposta tentadora de ir ao litoral para pintar uma marina e, de lambujem, levar uns bons trocados. Mas o problema é que, quando se dá conta, está a bordo de um navio pirata que ruma para a América.

Enquanto navega pelo mundo, Alice o aguarda. Mas, moça bonita que é, acaba cortejada pelo novo patrão.

Positivo/Negativo: Isaac O Pirata é uma daquelas HQs que passam praticamente batidas na época do lançamento, de que não se ouve falar muito em fóruns ou no Orkut e acabam se tornando verdadeiras jóias para quem as descobre.

O fato, entretanto, é que a obra de Christophe Blain é arrasadora - tanto que foi premiada nos dois principais salões de quadrinhos da Europa, Amadora e Angoulême.

Ao contar a história do jovem pintor Isaac, um judeu francês cheio de esperanças, Blain acaba fazendo uma ode à arte, ao amor e ao espírito de aventura. A seu modo, o artista é um descendente às avessas de Tintim - embora tenha saído de sua cidade por acaso, não esconde o gosto pelas longas e arriscadas viagens no navio pirata rumo a um mundo a ser descoberto.

O álbum mostra um trabalho maduro, sólido, com um traço simples que logo revela uma beleza intensa nos detalhes. Às vezes, parece até que o papel surgiu depois de ter sido raspado do preto do nanquim. Aliás, a sensação que se tem pode ser descrita por uma frase proferida pelo próprio Isaac, explicando por que decidiu trabalhar em um feriado judaico: "Desenho não é trabalho. É uma forma de oração".

O volume da Conrad engloba os três primeiros álbuns europeus da série. Até agora, nada indica que os dois volumes seguintes, lançados lá fora, vão ganhar versão brasileira. Não chega a ser um problema que atrapalhe - afinal, se a história não chega ao final derradeiro, ao menos o livro aponta para um desfecho.

Mas que uma dose extra de Isaac O Pirata cairia bem, cairia... Afinal, não é toda hora que a gente encontra uma HQ assim.