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J. KENDALL – AS AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 56

26 agosto 2009


Autores: Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (roteiro) e Valerio Piccioni e Laura Zucchi (arte) - publicada originalmente em Julia # 56.

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Julho de 2009

Sinopse:Corpo de delito - A família Norton pensa em se mudar de seu apartamento para uma casa um pouco mais retirada da cidade. Acordam pela manhã, tomam café juntos - pai, mãe, os dois filhos adolescentes e o avô - combinam de se encontrar para visitarem sua futura moradia e desaparecem sem deixar marcas. O que terá acontecido com os Norton?

Positivo/Negativo: Julho começou bem para os quadrinhos com uma nova edição de J. Kendall - As aventuras de uma criminóloga - a revista chega às bancas nos primeiros dias do mês.

Muito se elogia o roteiro de Giancarlo Berardi e seus parceiros para a revista, mas a arte mantém uma grande qualidade. Talvez se enalteça mais o texto do autor dada a escassez de boas referências nas demais revistas mensais.

A arte de J. Kendall é sempre de viés realista e em preto e branco. O que contrasta absolutamente com os espalhafatosos desenhos das revistas de linha da Marvel e da DC, por exemplo.

Uma arte discreta, em uma revista pequena e sem cor, parece ficar de lado nas bancas, encoberta pelos formatos americanos com tons berrantes. Mas nas histórias desse fumetto, desde sua primeira edição não se vê problemas de anatomia, de perspectiva ou dentes cerrados.

O que é digno de nota são as qualidades que fazem dos quadrinhos o que são: enquadramentos, sequências, ritmo, expressão facial e gestual dos personagens e as transições entre uma cena e outra.

No quesito transição, este número de J. Kendall é uma verdadeira aula. Para entender o porquê, observe os dois quadros iniciais da página 20; o último da página 40 e o primeiro da 41; e o último da 46 e o primeiro da página seguinte.

As sutilezas da arte mostram sua força e impacto na expressão da aluna e dos olhares de Júlia nas páginas 60 e 61. O ritmo imposto pelas entradas de cena serem, em sua maioria, em enquadramentos fechados em objetos é um mero detalhe, capaz de criar uma unidade consistente para toda a trama.

O roteiro da dupla Berardi e Mantero guia o leitor em bom ritmo, por personagens bastante interessantes, como Douglas Norton, o músico Piers, o psiquiatra Dr. Andrews e a Sra. Hakermann.

As motivações para os personagens e a reviravolta do enredo são convincentes como pouco se vê nos quadrinhos atuais. E, como é típico de Júlia, há uma grande revelação final. No caso dessa edição, na última página.

O grande problema é que depois do mês começar tão bem com J. Kendall fica difícil manter as demais leituras no mesmo nível.

 

Classificação:

4,0

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