Neste mês, uma pequena decepção com J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga. Ao leitor, sempre acostumado com histórias brilhantes, nesta edição encontra algo menos saboroso.

A história não é ruim, pois a dupla Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza se garante. Mas tem alguns elementos que não funcionam. Coisas que normalmente fazem o diferencial positivo da revista.

Há boas passagens, como a dos marinheiros que inicia a aventura e se desenvolve junto com a trama principal, que envolve Júlia. Esses plots são, literalmente, paralelas, pois não se cruzam. A não ser metaforicamente, o que é bem interessante.

Apesar dessa relação, e da boa trama dos pescadores no mar, o enredo principal, dedicado à criminóloga e à investigação, é fraco.

Pontua-se por algumas situações clichês, como a detetive confiar em um acusado sem nenhuma razão, somente pelo seu instinto. E para isso empreender uma viagem a outro estado norte-americano.

Lá, um homem poderoso e supostamente responsável pelo crime de que a outra personagem é acusada, empreende ele mesmo as ações em vez de contratar alguém para fazê-lo, tornando-se facilmente capturável.

Essas situações empobrecem a história ao tirar-lhe o que de mais encantador há nos fumetti de Júlia: a sutileza.

Sutileza que está presente na relação metafórica entre as duas tramas, mas se ausenta de cada uma das tramas. O que não atrapalha o andamento de uma delas - a dos pescadores -, mas traz prejuízo à outra, que, infelizmente para a revista e os leitores, é o enredo principal.

Mesmo com esses problemas, a média do título ainda é boa. É que os leitores estão acostumados com um pouco mais.