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J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 49

26 agosto 2009


Autores: Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (texto) e Mario Jannì
(desenhos).

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Dezembro de 2008

Sinopse: Hap Moon, motorista de ônibus escolar alcoólatra, é paciente
do psiquiatra Anthony Mostley, que vem dando palestras para os alunos
de Júlia Kendall.

Positivo/Negativo: J. Kendall é uma série reconhecida pela
constância de roteiro primoroso e de belos desenhos. Tem sido assim desde
o começo, com raros deslizes.

Infelizmente, O pesadelo da porta ao lado, 49ª aventura regular
da criminóloga, é uma dessas edições que ficam abaixo do alto padrão da
série.

O problema é que a trama é calcada em um erro grosseiro - e isso torna
o roteiro inverossímil.

O erro, no caso, é que Júlia reage naturalmente quando o Doutor Mostley
quebra a saudável prática do sigilo psiquiatra-paciente e descreve o caso
de Hap Moon, inclusive nominando o jovem alcoólatra.

Isso vai contra tudo o que Júlia é, baseado justamente no que Berardi
e seu time construíram ao seu redor durante as 48 edições anteriores.
Oras, a protagonista é ética e sensível. Diante de uma situação dessas,
deveria se sentir deslocada, incomodada. No mínimo, não poderia manter
Mostley em alta conta. Mas nada disso.

Na página 48, o próprio Mostley reconhece que ultrapassou os limites do
"segredo profissional", mas só depois que Júlia pede mais informações
sobre Hap Moon - o que, de novo, não condiz com uma profissional experiente.

Que o Doutor Mostley seja antiético, tudo bem, afinal, é um personagem
novo que não tem compromisso algum com a moral - e esse comportamento,
afinal de contas, é o que sustenta a trama.

Mas Júlia, a essas alturas, é uma personagem sólida demais para cometer
um deslize desses.

Claro que, de resto, J. Kendall continua sendo uma grande revista.
Apesar do erro na construção da trama, a narrativa continua impecável,
bem como os belos desenhos. Houvesse o time atentado para o erro e o corrigido,
teria sido, sem dúvida, mais uma edição memorável da revista.

Há, ainda, duas observações a respeito da revista. Na página 34, a sempre
divertida Emily chama o rato que ronda a casa de Júlia de "Speedy Gonzalez",
e uma indicação de que se trata do nome original do rato Ligeirinho, dos
desenhos animados, seria bem-vinda. Em seguida, na página 47, a
palavra "maçã" está grafada sem o sinal
gráfico til.

Por fim, fica o registro do aumento de R$ 1,00 no preço de capa - majorando
ainda mais o preço desta que já é a mais cara das publicações mensais
da Mythos a carregar o selo Bonelli.

Classificação:

4,0

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