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JUSTICEIRO & ELEKTRA # 4

1 dezembro 2003


Título: JUSTICEIRO & ELEKTRA # 4 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: Justiceiro - Garth Ennis (roteiro) e Darick Robertson (desenhos);

Elektra - Greg Rucka (roteiro) e Carlo Pagulayan (desenhos).

Preço: R$ 4,00

Número de Páginas: 48

Data de lançamento: Maio de 2003

Sinopse: Desafio Vertical - Frank Castle investiga uma série de mutilações que atingem a máfia e, no meio do caminho, vê-se frente a frente com um famoso mutante canadense!

Já Elektra, após ser deixada para morrer no deserto, faz uso do seu característico sangue-frio para tomar o controle de sua adversa condição.

Positivo/Negativo: A mediocridade é a norma, e o talento é a exceção, não é mesmo? Tal afirmação serve para explicar a decadência de uma personagem tão ambígua e, por isso mesmo, interessante como Elektra, criada por Frank Miller para as aventura do Demolidor.

Já faz parte dos anais das HQs esta personagem inspirada na lenda grega da filha que vinga, auxiliada pelo irmão Orestes, o pai Agamemnom, príncipe de Micenas e líder dos helenos nas batalhas em torno das muralhas de Tróia, morto pela esposa Clitemnestra, mãe dos vingadores.

Na origem da Elektra moderna, o gênio Frank Miller também encena a busca por vingança e, assim, cria uma personagem que, pela sua concepção de justiça nada contemporânea, funcionava como a perfeita antítese ao incorruptível Demolidor.

E como o puro e simples dualismo só funciona em histórias para crianças, e tal simplificação, na esfera das aventuras mais bem elaboradas, só provoca, no mínimo, tédio, o talento de Frank Miller estabeleceu entre personagens tão antagônicos a tensão sexual como recurso para dramatizar as contradições humanas e a imprevisibilidade inerente à vida.

E é tédio que se sente ao ler mais uma aventura desta fase de Elektra. Há, entretanto, um agravante: a heroína ganha uma seqüência de ação que a transforma numa versão feminina de um Rambo do deserto.

O roteiro de Greg Rucka é um lixo que se vale da arte competente de Carlo Pagulayan e equipe!

Para Desafio Vertical, Garth Ennis cria para o Justiceiro uma aventura de violência absurda e de um humor grotesco: a coleção de mutilações e mutilados, que lembra o subestimado filme Tropas Estelares, de Paul Verhoeven, joga o leitor numa realidade ficcional que se vale de um patético processo de inversões de princípios éticos, que acabam por criar páginas em que convivem o infantil e o assustador.

A entrada em cena de Wolverine, na versão tampinha-indestrutível-selvagem, funciona como elemento que atenua a sede de sangue de Frank Castle e, de certa forma, torna o Justiceiro o único personagem lúcido neste verdadeiro "Massacre da Serra Elétrica" em tom de conto de fadas.

Das duas, uma: ou esta HQ deveria custar dois reais, e não quatro; ou deveria chamar-se apenas Justiceiro!

Classificação:

4,0

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