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KEN PARKER #25

1 dezembro 2004


Autores: Giancarlo Berardi (roteiro) e Ivo Milazzo (desenhos).

Preço: R$ 22,00

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2003

Sinopse: No frio sudeste do estado de Montana, Ken Parker trabalha como guia para o exército estadunidense. Cabe a ele também, voluntariamente, caçar comida para os bravos homens que constroem um posto militar em território dos implacáveis índios dakotas - cujo propósito é impedir o avanço dos brancos na região.

Embora o comandante confie num tratado de paz assinado com quatro índios esfarrapados, Parker critica a manipulação do exército pelos políticos, duvida da legitimidade do acordo e alerta os companheiros de que a construção pode ser interpretada como grande insulto a ser lavado com sangue.

Enquanto isso, no caminho de mais uma caçada, uma surpresa o aguarda: a cachorrinha Lily, que ajuda o ferido Parker a sobreviver ao massacre do forte pelos índios e ao ataque de lobos famintos. Juntos, os dois vivem uma intensa e inesquecível aventura, marcada por amizade e perseverança.

Positivo/Negativo: Ivo Milazzo, sem dúvida, é um homem de bom gosto. Em sua entrevista ao Universo HQ, em dezembro de 2000, ele mencionou que Lily e o Caçador era uma de suas aventuras prediletas da série de Ken Parker. E não é à toa. A história é realmente belíssima.

Berardi consegue colocar no mesmo caldeirão, e nas doses certas, aventura, drama, medo e emoção, tudo devidamente registrado pelo lápis preciso e inconfundível de Milazzo.

Tudo começa quando Ken Parker encontra a cadela com uma pata presa numa armadilha para lebres. Depois de solta, em sinal de gratidão, ela segue Rifle Comprido até o acampamento.

Depois de batizada como Lily, a cachorra passa a acompanhar Parker. Quando os dakotas devastam o forte e o ferem mortalmente (com uma flecha na coxa e uma lança no ombro), ela o defende de uma alcatéia de lobos e passa a caçar, para evitar que ele morra de fome.

Aliás, a seqüência em que Parker, desesperado de fome e impossibilitado de se mover, (por causa dos ferimentos) expulsa Lily da caverna onde se abriga, para não cometer uma atrocidade é sensacional.

Os "diálogos" de Ken Parker com a cadelinha são de extrema sensibilidade, e o leitor que em algum momento de sua vida já foi muito apegado a um cachorro, certamente se emocionará.

A princípio, muitos podem estranhar o interlúdio que Berardi coloca no meio da história, um sonho do então delirante Ken Parker, que "quebra" um pouco o ritmo da trama. No entanto, se o leitor atentar bem ao texto, verá que o roteirista fez com que o personagem encontrasse naquelas cenas surreais a força necessária para superar as dificuldades em que estava.

No fim, quando é revelada a "verdadeira missão" de Lily, o leitor dará ainda mais valor à simpática cadela... e compreenderá a decisão que ela toma no desfecho da trama.

A edição da Tapejara, como de costume, está primorosa. Apenas um erro de digitação na página 69, na frase "Deus, queria corer como você...", na qual faltou um "r" em correr. Mas nada que tire o brilho dessa excelente história.

Classificação:

4,0

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